Eu nunca fui ao Brasil
Ernst Jandl
RESENHA

Em meio a um mundo que freneticamente se conecta e desconecta, surge a intrigante obra Eu nunca fui ao Brasil, de Ernst Jandl, um convite magnético para mergulhar em reflexões profundas. Este livro não é apenas uma leitura; é uma experiência visceral que interpela o leitor a examinar suas próprias fronteiras - seja geográficas, emocionais ou culturais. Jandl, conhecido por seu poético uso da linguagem, costura palavras de forma tão audaciosa que, ao virar cada página, você se depara com um labirinto de possibilidades.
O autor, uma referência na literatura contemporânea, nos descortina um panorama que oscila entre o real e o imaginário, fazendo-nos questionar o que entendemos por "lugar". A ausência do Brasil na vida do narrador não é um vazio; é um espaço fértil, onde cada "nunca" ressoa como um eco de sonhos não realizados e anseios por um destino. É como se ele estivesse falando diretamente para você, dizendo que essa falta também é uma forma de pertencimento.
A obra provoca emoções intensas. A cada capítulo, há um turbilhão de sentimentos que se alternam entre nostalgia, melancolia e um leve toque de humor. Os leitores frequentemente comentam sobre o impacto que isso provoca. Como um amante que nunca encontrou seu amor verdadeiro, o livro é um lamento e uma celebração em um só. Este dilema existencial é admiravelmente relatado e reflete a habilidade de Jandl em tocar a alma humana.
O elenco de personagens que surgem nas páginas é diversificado, representando a pluralidade do Brasil imaginado e da Europa real. Em suas espinhas dorsais, vemos desenhado o semblante de uma sociedade que, embora distante, é profundamente conectada à ideia de um lar. O deboche e a crítica social permeiam as entrelinhas, obrigando o leitor a confrontar a própria identidade e os preconceitos que carrega.
Entre os comentários e opiniões dos leitores, muitos afirmam que a escrita de Jandl é quase musical, conduzindo o leitor por uma sinfonia de ideias e sentimentos. Outros, no entanto, apontam para a complexidade do texto como um obstáculo. Mas, por que evitar essa densidade se ela é a essência do que Jandl busca? O desafio é o próprio convite à descoberta, uma provocação a um mergulho mais profundo na linguagem e no significado do "nunca" que remete a um "sempre", mesmo sem ser.
Eu nunca fui ao Brasil nos ensina que o verdadeiro sentido de um lugar não é apenas sua geografia, mas a carga de experiências que levamos conosco. O Brasil pode ser apenas um símbolo, mas é, em última análise, uma busca por conexão e identidade. Ao fechar o livro, o leitor se vê não apenas distante, mas intimamente ligado a essas reflexões. Uma obra que transcende o papel e se transforma em experiência de vida. Não se trata de visitar o Brasil; trata-se de se deixar tocar pelas suas possibilidades.
Cada linha é uma provocação, uma expectativa, e o que você vai fazer com ela? A sua jornada apenas começou. 🎭✈️
📖 Eu nunca fui ao Brasil
✍ by Ernst Jandl
🧾 168 páginas
2019
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