Existo, existo, existo
Dezessete tropeços na morte
Maggie O'Farrell
RESENHA

Um murmurinho arrepiante percorre as páginas de Existo, existo, existo: dezessete tropeços na morte. Com uma prosa envolvente e visceral, Maggie O'Farrell não apenas narra a vida como um contínuo desafio, mas transforma cada tropeço em um manifesto audacioso sobre a fragilidade da existência. Se você busca resposta para o que significa realmente viver, esse livro não é apenas uma leitura; é um convite para confrontar a morte e, ao mesmo tempo, celebrar a vida.
A narrativa se entrelaça em um emaranhado de experiências pessoais que a autora dividiu com a humanidade. O'Farrell expõe de maneira crua e poética os momentos em que se viu à beira da morte. Cada capítulo revela um tropeço, um deslize que poderia ter sido fatal, mas que, de alguma forma, se transforma em um catalisador para uma nova compreensão. Este não é um relato de superação comum; é um olhar profundo às nuances da fragilidade. A autora nos envolve com detalhes vívidos, fazendo com que o leitor sinta, se emocione e até mesmo questione suas próprias vivências.
Ao longo das páginas, O'Farrell discorre sobre acidentes, doenças e eventos que moldaram sua percepção da vida. Um pequeno instante pode devastar ou transformar. É uma reflexão inebriante sobre como a iminência da morte pode nos empurrar a abraçar cada dia com uma intensidade palpável. O desespero que pode habitar dentro de nós se torna uma força propulsora para a alegria, numa dança inquietante entre a dor e a gratidão.
Reações a esta obra são intensas e polarizadas. Muitos leitores se deixam levar pela profundidade e autenticidade das experiências descritas, enquanto outros criticam a sensação de que a autora poderia ter explorado mais. Contudo, é exatamente essa multiplicidade de percepções que transforma Existo, existo, existo em uma experiência coletiva; uma obra que, mesmo ao suscitar debates, une almas em torno da reflexão sobre a mortalidade e o que fazemos com o tempo que temos.
O autor não tem medo de ser vulnerável. Cada tropeço na narrativa é um chamado à empatia, um lembrete monstruoso e sublime sobre o que significa resistir às garras da morte com um espírito indomável. É uma celebração da vida na sua forma mais crua, revelando verdadeiramente o ser humano em sua essência mais vulnerável.
Ao mergulhar nesse universo, você descobre que cada página está impregnada de uma luta silenciosa, mas profundamente ressonante. A sombra da morte não é para ser temida, mas sim compreendida e, acima de tudo, vivida. Para aqueles que sempre hesitam em encarar a realidade, este livro é um grito visceral que ecoa forte, clamando por um despertar.
Numa época onde a superficialidade é a norma, Maggie O'Farrell se ergue como uma mística, desnudando a vida em cada uma de suas gloriosas imperfeições. Não importa se você já enfrentou a morte ou se é um mero espectador da vida; ao final da leitura, é impossível não se sentir íntimo dos tropeços da autora e, quem sabe, encontrar coragem em seus próprios. Esse não é um livro para ser lido; é um livro para ser sentido. 💔✨️
📖 Existo, existo, existo: dezessete tropeços na morte
✍ by Maggie O'Farrell
🧾 178 páginas
2019
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