Exu, Pomba-gira e Seus Axés
Evandro Mendonça
RESENHA

A magia e a profundidade do universo afro-brasileiro são exploradas de maneira vibrante e apaixonante em Exu, Pomba-gira e Seus Axés, uma obra-prima de Evandro Mendonça que mergulha no intricado mundo das entidades espirituais e suas influências na cultura e na espiritualidade do Brasil. Nesse livro, o autor não apenas apresenta essas figuras arquetípicas, mas as humaniza, trazendo à tona suas histórias, caracterizando suas personalidades e revelando a importância de cada um, como se estivesse abrindo as portas de um templo sagrado.
Ao ler essas 176 páginas, você se vê diante de um convite irrecusável para adentrar um universo onde Exu e Pomba-gira não são meros mitos, mas seres que transitam entre as dimensões, conectando o mundo material ao espiritual. Mendonça, com sua prosa envolvente e contundente, dá voz a esses orixás, mostrando como eles simbolizam a dualidade da vida, onde luz e sombra coexistem, refletindo as contradições da alma humana. Ao fazer isso, o autor não tem apenas a intenção de informar, mas de provocar uma reflexão profunda e necessária sobre nossa própria existência.
Este não é um livro de mera descrição; é uma experiência transformadora. Longe de ser uma obra acadêmica, a escrita de Mendonça é apaixonada e carregada de emoção, fazendo com que cada afirmação reverbere dentro de você. Os leitores são unânimes em destacar a habilidade do autor em tocar o coração, sendo essa uma das razões que fazem da obra uma leitura tão impactante e inesquecível.
Contudo, como toda criação poderosa, Exu, Pomba-gira e Seus Axés também provoca polarização. Enquanto muitos se apaixonam pela forma como o autor entrelaça religião, cultura e espiritualidade, há quem critique a abordagem, chamando-a de simplista ou superficial. Mas essa tensão é parte do que torna a obra tão fascinante: ela desafia você a confrontar suas crenças e preconceitos, empurrando os limites do entendimento da espiritualidade afro-brasileira. Afinal, a arte não deve ser confortável; deve ser um espelho que reflete nossas verdades mais desconfortáveis.
Neste contexto, o livro não se limita a narrar histórias, mas se ergue como um manifesto da resistência cultural. Exu, muitas vezes mal interpretado, é apresentado como um guardião, uma ponte entre mundos, e Pomba-gira, com toda sua sensualidade e força, é uma poderosa simbolização da feminilidade que não se submete. Mendonça reverencia essas entidades, trazendo respeito e dignidade a figuras frequentemente marginalizadas, fazendo você se sentir parte desse movimento de empoderamento e resgate cultural.
O que está em jogo aqui vai além da literatura; trata-se de uma conexão com o nosso passado, nossas raízes e, por que não, nossas origens. Ler Exu, Pomba-gira e Seus Axés é como abrir um baú cheio de tesouros - cada página revela um aspecto novo e fascinante da riqueza cultural brasileira e convida você a se reconectar com sua ancestralidade.
Em cada linha, há um convite para sentir, para experienciar, e a promessa de que ao final da leitura, você não será mais o mesmo. A obra está aqui para despertá-lo, provocá-lo, e, acima de tudo, conectá-lo com a profunda teia de tradições que compõem a nossa identidade. Não deixe que essa oportunidade escorregue por entre os dedos; cada leitura traz uma nova compreensão. E nesse mundo em constante transformação, é vital que conheçamos nossas raízes, mesmo que elas nos levem a lugares que inicialmente não compreendemos. 🌍✨️
📖 Exu, Pomba-gira e Seus Axés
✍ by Evandro Mendonça
🧾 176 páginas
2010
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