"faltam braços nos campos e sobram pernas na cidade"
Famílias, migrações e sociabilidades negras no pós-abolição do rio de janeiro (1888-1940)
Carlos Eduardo Coutinho da Costa
RESENHA
"Faltam braços nos campos e sobram pernas na cidade": um mergulho profundo nas vidas de famílias negras no pós-abolição
Ao se abrir as páginas de "faltam braços nos campos e sobram pernas na cidade", uma viagem visceral se inicia. Escrito por Carlos Eduardo Coutinho da Costa, este livro revela não apenas a história de migrações e sociabilidades negras entre 1888 e 1940 no Rio de Janeiro, mas também traz à tona uma reflexão intensa sobre as consequências da abolição. Trinta e dois anos após a libertação, os personagens dessa narrativa emergem de um cenário em que se debatem entre a esperança de um futuro e os fantasmas de um passado que ainda os assombra.
Com uma narrativa envolvente e repleta de dados meticulosamente pesquisados, o autor não só busca iluminar as vidas de homens e mulheres que, por décadas, lutaram para encontrar seu espaço em um Brasil que ainda espreita desígnios de exclusão, mas também faz um chamado à memória. Enquanto os trabalhadores rurais eram deixados para trás nos campos, os que migraram para as cidades buscavam um novo horizonte, mas enfrentavam a dura realidade da urbanização e da marginalização. As histórias contadas por Coutinho evocam lágrimas, risos e uma solidão profunda, uma jornada que te levará a refletir sobre os ecos das injustiças sociais.
A obra é uma ode à resiliência e à luta por dignidade, mas também um grito de alerta. O autor expõe, com maestria, a dicotomia entre o que se esperava de um mundo pós-abolição e o que realmente aconteceu. A migração, que deveria representar liberdade, muitas vezes se transformou em uma armadilha social, cerceando os sonhos e anseios das famílias que, como tantas outras, almejavam apenas um lugar ao sol. Entre os comentários e opiniões dos leitores, muitos destacam a forma tocante como Coutinho entrelaça dados históricos com narrativas pessoais. Isso não apenas cria um panorama denso e emocionante, mas também instiga a empatia e a solidariedade.
Ademais, alguns críticos impressionaram-se com a habilidade do autor em evocar emoções fortes. "É impossível não sentir a dor e a esperança de cada personagem", disse um leitor em uma crítica sincera. Já outros apontam que, por vezes, a profundidade das análises pode soar pesada para quem busca uma leitura leve. Contudo, o sentido do livro não é apenas informar, mas fazer você sentir, entender e, acima de tudo, refletir sobre a herança cultural e os desdobramentos da luta negra no Brasil.
Não se trata apenas de uma leitura; trata-se de uma experiência transformadora, que não te permitirá sair impune. As palavras de Coutinho têm o poder de abalar suas certezas e provocar um impulso incontrolável à mudança. Ao final da obra, você será levado a reconsiderar o passado, o presente e, quem sabe, o futuro.
Se você, como eu, sente uma chama ardente pela justiça social e pela verdade, não hesite em mergulhar nesse universo. As páginas de "faltam braços nos campos e sobram pernas na cidade" prometem não só interessar, mas também incitar uma revolução interna. Afinal, a história não é só feita de datas e fatos, mas de vidas. E cada vida conta uma narrativa que precisa ser ouvida. 🌍✨️
📖 "faltam braços nos campos e sobram pernas na cidade": famílias, migrações e sociabilidades negras no pós-abolição do rio de janeiro (1888-1940)
✍ by Carlos Eduardo Coutinho da Costa
🧾 253 páginas
2020
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