Filha, mãe, avó e puta
Gabriela Leite
RESENHA

Filha, mãe, avó e puta - um título que choca e provoca, mas que também revela uma profundidade emocional e cultural impressionante. Esta obra de Gabriela Leite é um retrato cru e visceral de uma mulher que viveu à margem da sociedade. O nome por si só evoca uma gama de sentimentos, entre a revolta e a empatia. Ao longo de suas páginas, somos imersos em histórias de amor, dor, luta e resistência, num universo onde o corpo feminino é muitas vezes tratado como mercadoria, mas que também é um espaço de empoderamento.
O que faz desta leitura especial é a maneira como Leite, com uma prosa audaciosa e direta, nos conduz por sua trajetória pessoal e pela de tantas outras mulheres. A narrativa não é apenas sobre sua vida como trabalhadora do sexo, mas um grito por reconhecimento e dignidade. Ao longo da leitura, você se vê compelido a questionar as normas sociais que cercam a sexualidade e a maternidade. É uma verdadeira montanha-russa emocional que coloca o leitor frente à realidade crua, onde as escolhas são raras e a opressão é constante.
Em um país onde o tabu ainda reina, Gabriela Leite emerge como uma voz poderosa. Sua coragem em expor suas vivências e suas críticas sociais se transforma em um manifesto por liberdade e escolha. A autora não se furta de falar sobre suas relações familiares, inserindo a figura da avó e da mãe em um contexto que revela a perpetuação de ciclos de submissão e silenciamento feminino. Essa estrutura familiar complexa provoca uma reflexão intensa sobre como a história se repete e como a mudança é uma necessidade urgente.
Os comentários e opiniões dos leitores em torno da obra variam entre a admiração pela ousadia de Leite e a desconfortável sensação que a leitura provoca. É comum ver pessoas dizendo que a obra é reveladora, enquanto outras a consideram desafiadora demais, esbarrando em preconceitos e desentendimentos sobre a vida das mulheres que se encontram na indústria do sexo. Essa polarização só atesta a relevância do livro no debate sobre sexualidade e gênero.
A prosa de Leite é um convite à empatia e à compaixão, mas também à reflexão e à autocrítica. Ao virar cada página, você é confrontado com suas próprias noções de moralidade e respeito. Não é apenas uma história; é um grito abafado que busca ser ouvido. Filha, mãe, avó e puta incomoda, emociona e, acima de tudo, desafia.
Assim, ao seguir pela narrativa visceral de Gabriela Leite, você terá a oportunidade de mergulhar em uma realidade que muitos preferem ignorar, mas que é absolutamente necessária para entender o papel da mulher na sociedade contemporânea. Não se trata apenas de um relato sobre sexualidade e maternidade, mas de um grito por liberdade e dignidade que reverbera além das páginas do livro, afetando todos nós. Não perca a chance de explorar essas ideias provocativas e de se permitir ser tocado por uma história de luta e resistência!
📖 Filha, mãe, avó e puta
✍ by Gabriela Leite
🧾 196 páginas
2009
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