Fome
Uma autobiografia do (meu) corpo
Roxane Gay
RESENHA

Fome: Uma autobiografia do (meu) corpo é um grito visceral de Roxane Gay, uma obra que ultrapassa as barreiras do que conhecemos como autobiografia. Aqui, não estamos apenas olhando para as páginas de um livro; estamos adentrando o íntimo de um ser humano que se expõe sem medo, abrindo um leque de questões sobre identidade, corpo e a insaciável busca por aceitação em um mundo que adora categorizar e controlar.
Através de uma prosa poderosa e sem rodeios, Gay nos leva a uma montanha-russa emocional, onde cada parágrafo vibra com a intensidade das suas experiências. A autora não se limita a contar a história da sua luta com a obesidade e os traumas que a cercam; ela nos convida a sentir sua dor, suas frustrações e suas vitórias. É um convite à empatia e à reflexão sobre como a sociedade impõe padrões quase inatingíveis sobre quem devemos ser e como devemos nos apresentar.
Roxane Gay não busca apenas a compaixão, mas provoca uma revolução interior no leitor. O que significa ser um corpo? O que realmente alimenta essa fome que vai além da fome física? Ao abordar temas como o racismo, o sexismo e o próprio estigma associado ao corpo gordo, Gay transforma sua autobiografia em um manifesto - um chamado potente e necessário para que nos questionemos sobre as narrativas que aceitamos passivamente.
Os comentários de leitores revelam a profundidade da obra: muitos se sentem desconfortáveis, mas gratos por essa desconstrução das normas sociais. A crítica é contundente: alguns apontam que a intensidade das emoções e a brutal honestidade de Gay podem ser avassaladoras. Mas não é exatamente isso que torna Fome uma leitura indispensável? Em um momento onde a autenticidade é muitas vezes mascarada, a coragem de se expor é, sim, um ato de resistência.
Roxane Gay se torna uma voz fundamental para aqueles que se sentem à margem, e sua obra ressoa com os ecos de outras autoras impactantes como bell hooks e Audre Lorde. Esse efeito não é apenas acadêmico; é uma mudança de mentalidade, uma libertação. Para quem se vê em suas palavras, Fome é uma redentora, um antídoto contra o silêncio que muitas vezes sufoca a dor e o desespero.
Seja pronto para questionar suas próprias crenças. Este livro te obriga a enxergar as contradições da sociedade, a hipocrisia em relação ao corpo e o que a "fome" pode realmente significar. Ao final, o que fica é um profundo senso de solidariedade - um desejo ardente de mudança e a urgência de reescrever as narrativas sobre nossos corpos e nossas vidas.
Fome: Uma autobiografia do (meu) corpo não é apenas um livro; é uma experiência transformadora que promete deixar marcas duradouras. Você vai querer mergulhar nessa jornada e, ao final, não haverá como sair ileso. É um convite irrecusável para a reflexão e a ação. 🌪
📖 Fome: Uma autobiografia do (meu) corpo
✍ by Roxane Gay
🧾 272 páginas
2017
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