Frankenstein
Leonardo Chianca
RESENHA

A inquietante história de Frankenstein, escrita por Leonardo Chianca, tecerá em sua mente uma colcha de retalhos de vingança, solidão e a busca por identidade. Ao mergulhar nas páginas dessa obra, você não somente acessa um enredo intrigante, mas também é arrancado da zona de conforto, desafiado a refletir sobre o que significa ser verdadeiramente humano.
Os ecos dessa narrativa reverberam por séculos. A figura do cientista obcecado que cria um ser de suas próprias mãos é uma metáfora poderosa que converge com as questões que cercam a ética. Chianca não se limita a contar uma história; ele confronta o leitor com dilemas morais que ainda são angustiantemente relevantes. A verdadeira monstruosidade está na falta de responsabilização, na indiferença e, principalmente, na incapacidade de reconhecer a humanidade do outro.
Você já parou para pensar em quantas invenções, decisões ou criações desastrosas da ciência moderna ecoam o terror que permeia essa obra? Desde os experimentos genéticos até a inteligência artificial, a linha que separa a genialidade da insanidade é fina. Chianca, ao reimaginar o mito de Frankenstein, provoca o leitor a investigar não apenas a criação, mas também as intempéries emocionais de um ser que, embora grotesco, busca aceitação e amor. Isso levanta questões sobre os limites éticos que nossa sociedade moderna ainda luta para compreender.
As opiniões sobre Frankenstein são polarizadas. Há quem acredite que, apesar dos seus temas sombrios, a obra possui uma essência de esperança, um apelo à nossa capacidade de empatia. Outros, por outro lado, lamentam a confusão moral e a falta de uma resolução satisfatória para os conflitos apresentados. O que é certo é que Chianca acerta em cheio ao provocar uma série de sentimentos complexos, fazendo com que cada leitor traga sua própria bagagem emocional para a experiência.
Você pode sentir a angústia do monstro que, assim como muitos de nós, anseia por pertencimento, e se torna uma lente de aumento para nossas inseguranças e medos. Não é um convite para simplesmente apreciar uma leitura; é um chamamento à humanidade! Ao final de cada página, fica a interrogação: sou eu o criador ou a criação?
Enfrentar Frankenstein não é apenas sobre se deparar com um ser angustiado e rejeitado, mas sim sobre olhar dentro de si e confrontar as partes sombrias que muitas vezes são ignoradas. Cada um de nós carrega um Frankenstein dentro de si: as partes que desejamos esconder, os erros que cometemos, as criações que podem um dia nos escapar. O que você fará com seu monstro?
A obra de Chianca não é uma leitura confortável, mas, acredite, ao fechá-la, você não será o mesmo. As reflexões que ela provoca são mais profundas do que uma simples história de terror; elas tocam a essência da condição humana e nos obrigam a entender as consequências de nossos atos. E, quando tudo parecer sombrio, lembre-se: abrace o desconhecido. Afinal, a verdadeira monstrosidade pode ser apenas o que escolhemos ignorar.
📖 Frankenstein
✍ by Leonardo Chianca
🧾 112 páginas
2007
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