Frankenstein
Mary Shelley
RESENHA

Frankenstein, a obra-prima de Mary Shelley, não é apenas um relato de horror; é um extraordinário mosaico que ressoa com as inquietações humanas e os dilemas da criação. Publicado em um contexto histórico em que a Revolução Industrial moldava sociedades e pensamentos, o romance narra a trágica história de um cientista obcecado pela idéia de criar vida. Victor Frankenstein, com sua mente brilhante e sua ética questionável, nos força a refletir: até onde podemos ir em busca do conhecimento?
No centro desse turbilhão está a criatura, um ser que, ao invés de ser recebido como filho, é repudiado e lançado ao mundo com o fardo da solidão e do desprezo. A angústia do monstro nos toca profundamente e provoca um choque emocional que nos força a confrontar nossas próprias noções de aceitação e alienação. A cada página, somos levados a questionar: quem é o verdadeiro monstro? Victor, que insiste em jogar fora sua responsabilidade? Ou a criação, que busca afeto e reconhecimento, mas é brutalmente rejeitada?
Mary Shelley nos entrega, através de uma narrativa rica e intensa, personagens que não são unidimensionais. O autor e sua criação refletem uma relação simbiótica de amor e ódio, onde a linha entre científico e sobrenatural se dissolve. "Frankenstein" nos faz perceber que o desejo humano de controlar a vida pode resultar em consequências catastróficas. As palavras de Shelley ecoam através dos séculos, atingindo a modernidade com sua crítica à arrogância da ciência e à solidão da existência.
Os leitores têm fervorosamente debatido a complexidade da obra. Muitos elogiam a profundidade emocional e a capacidade de Shelley em capturar a essência da condição humana. Outros, no entanto, argumentam que a narrativa pode se arrastar em certos momentos, dificultando a conexão com a história. Mas, independentemente das críticas, uma coisa é certa: a leitura de "Frankenstein" se transforma em uma experiência visceral que invade a mente e o coração.
O impacto de "Frankenstein" vai muito além das páginas de um livro. A obra influenciou não apenas escritores e cineastas, mas também filósofos e cientistas, que veem nela um alerta sobre os limites da experimentação. O dilema moral que ela propõe reverbera nas discussões contemporâneas sobre inteligência artificial e bioética. Sua essência continua viva, lembrando-nos que a criação sem responsabilidade pode levar a um abismo de desespero.
Ao nos imergirmos nesse universo sombrio e fascinante, nos deparamos com questões universais sobre humanidade, responsabilidade e as consequências de nossas ações. Frankenstein nos obriga a encarar a verdade mais crua: a criação não é puro deleite; é um peso, uma responsabilidade que poucos estão preparados para carregar. 📖 O que você fará com essa revelação? A escolha está em suas mãos.
📖 Frankenstein
✍ by Mary Shelley
🧾 160 páginas
2021
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