Frankenstein ou o Prometeu Moderno
Mary Shelley
RESENHA

Frankenstein ou o Prometeu Moderno é uma obra que ecoa por séculos, convocando a imaginação de cada leitor a um intenso embate entre a criação e seu criador. Mary Shelley, a mente brilhante por trás dessa narrativa sublime, nos apresenta Victor Frankenstein, um cientista consumido pelo desejo de ultrapassar os limites da vida e da morte. Mas quem se responsabiliza por aquilo que não se pode controlar? Essa é a pergunta que reverbera nas páginas desse clássico, levando-nos a refletir sobre nossas próprias criações e os riscos impostos por elas.
A escrita de Shelley não é meramente uma passeata pelo gótico; é uma imersão profunda nas águas turvas da moralidade e da ambição desmedida. Ao trazer à vida uma criatura repleta de anseios e solidão, ela nos confronte com a responsabilidade do inovador, o dilema ético da ciência e a busca por reconhecimento em um mundo que muitas vezes rejeita aquilo que não entende. A vulnerabilidade da criação frente ao seu criador torna-se um dos temas mais pungentes, um convite à compaixão e à reflexão sobre a natureza humana.
O impacto de Frankenstein ultrapassa os limites da literatura e reverbera na cultura moderna, influenciando não apenas autores, mas também cineastas e pensadores. São ecos de sua obra que se manifestam em tudo, desde filmes de terror até debates contemporâneos sobre biotecnologia e inteligência artificial. Lembra-se da avalanche de adrenalina ao assistir a uma adaptação? Essa pressão que sentimos em nosso peito é a mesma que os leitores das primeiras edições experimentaram ao se deparar com a angústia da criatura em busca de aceitação, um grito por humanidade que ainda ressoa.
E se você pensa que a crítica à obra é monolítica, está enganado. Alguns leitores a acusam de ser excessivamente dramática, enquanto outros veem a profundidade emocional como um de seus maiores trunfos. Críticos aclamam Frankenstein como uma inabalável fábula moral sobre as consequências da ciência sem ética, enquanto outros a consideram uma narrativa de amor e rejeição. Essas opiniões diversas revelam como a obra conecta-se e confronta as várias camadas da experiência humana. 💔
Mary Shelley, uma mulher em um mundo dominado por homens, transformou sua própria experiência de vida em algo extraordinário. A perda da mãe, o desafio de ser mulher e escritora no início do século XIX, e suas reflexões sobre os limites da criatividade e da moralidade, entrelaçam-se em cada linha da narrativa, fazendo de Frankenstein não apenas uma história de ficção, mas um espelho do desencontro entre desejo e responsabilidade. É como se Shelley, ao escrever, nos enviasse uma mensagem atemporal: criações não são apenas produtos de sua mente, mas entidades que nos desafiam a repensar nosso papel no mundo.
Não se deixe levar pela ideia de que Frankenstein é apenas um romance gótico; é uma obra que observa e desafia a natureza humana em sua forma mais crua. As questões que a trama levanta vão além do sobrenatural e se instalam nas interrogações centrais de nossa própria existência. Ao final, fica uma inquietante verdade: o maior monstro pode não estar no laboratório de Victor Frankenstein, mas dentro de todos nós.
Ao revisitar essas páginas, permita-se sentir o peso das consequências de ações impensadas. Sinta a angústia da criatura, o desespero de um pai que se recusa a aceitar sua progenia, e a eterna busca por validação e amor em um mundo que, muitas vezes, é cego para o que realmente importa. Ao mergulhar na leitura de Frankenstein ou o Prometeu Moderno, você não apenas se depara com uma história, mas com um chamado à introspecção, uma oportunidade para confrontar seus próprios demônios e suas criações. Essa obra é um convite à transformação, e sua leitura pode muito bem ser a luz que ilumina as sombras de sua própria jornada. ✨️
📖 Frankenstein ou o Prometeu Moderno
✍ by Mary Shelley
🧾 224 páginas
2017
#frankenstein #prometeu #moderno #mary #shelley #MaryShelley