Hoje não quero banana
Sylviane Donnio
RESENHA

A curiosidade é um dos motores poderosos que impulsionam o ser humano. E em "Hoje não quero banana", Sylviane Donnio explora esse tema de maneira lúdica e irreverente, mergulhando os pequenos leitores (e os que têm alma de criança) em um universo de descobertas e preferências que parece ressoar com uma sinfonia de vozes infantis. O que acontece quando a vontade de uma criança se coloca em conflito com o que se espera dela? Através de traços simples, mas encantadores, Donnio nos ensina que a recusa de uma fruta pode ser muito mais do que uma simples birra; é uma afirmação de identidade, um ato de rebeldia e, por que não, uma lição de vida.
O livro é uma porta de entrada para o mundo imaginativo e volátil das crianças. Com ilustrações vibrantes e uma narrativa cativante, conta a história de um pequeno que não quer, de jeito nenhum, comer banana. Essa escolha aparentemente trivial nos faz refletir sobre os momentos em que nos declaramos contra o que nos é imposto. Não é apenas sobre banana; é sobre preferências, sobre o direito de dizer "não" e sobre como isso pode nos moldar.
Crianças frequentemente se encontram em um mar de expectativas sociais - os pais, os amigos, os professores; todos com suas próprias ideias sobre o que é "certo" ou "errado". E quem não se lembra de ter enfrentado, em algum momento da infância, a pressão para consumir algo que desprezava? Aqui, a obra de Donnio ressoa profundamente, despertando solidariedade e empatia. As reações ao "não quero" do protagonista flutuam entre a surpresa e o riso, uma profunda conexão com a inocência das crianças.
Os comentários e opiniões dos leitores refletem essa conexão visceral. Muitos pais veem "Hoje não quero banana" como uma ferramenta valiosa para abrir o diálogo com seus filhos sobre gostos e aversões, sobre o poder da escolha. Por outro lado, alguns críticos sugerem que a simplicidade da trama pode não agradar a todas as idades. Mas o que é essa simplicidade, senão um convite ao entendimento? Donnio apresenta ao leitor a oportunidade de observar o mundo sob a perspectiva de uma criança, genuína e dinâmica.
Neste terreno de experimentações emocionais, a busca por um "não quero" se transforma em um rito de passagem. A obra é um testemunho do dilema da criança - em sua busca por autonomia, ela nos lembra que cada escolha tem seu valor, e que o "não" não é um sinal de desobediência, mas uma marca da individualidade. Em tempos onde a voz das crianças frequentemente se perde, a mensagem de Donnio ecoa forte: celebrar a singularidade de cada um não é apenas aceitável, é essencial.
Em um mundo repleto de imposições, "Hoje não quero banana" ergue um estandarte de liberdade; uma ode ao direito de gostar ou não gostar do que lhe é oferecido. Conclusão? É impossível não se deixar envolver por essa narrativa que, embora simples, abre portas para reflexões poderosas, levando-nos a um universo onde a escolha é um ato de coragem. E com isso, quem sabe, cultivar não apenas o gosto, mas o gosto pela vida em suas mais variadas cores e sabores. 🍌✨️
📖 Hoje não quero banana
✍ by Sylviane Donnio
🧾 32 páginas
2008
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