Laicus
Terror no Rio de Janeiro Colonial
J.M. Beraldo
RESENHA

Laicus: Terror no Rio de Janeiro Colonial é uma obra que provoca um turbilhão de sensações ao mergulhar em uma realidade sombria do passado brasileiro. J.M. Beraldo, com uma habilidade notável, tece uma narrativa envolvente e perturbadora, transportando o leitor para um Rio de Janeiro colonial repleto de inquietudes, medos e incertezas. Não se engane com a superficialidade dos relatos históricos comuns; aqui, o autor descortina as camadas de uma sociedade que luta com suas próprias sombras e demônios.
As páginas de Laicus não são apenas folhas; elas são janelas para uma era em que o terror se entrelaça com a vida cotidiana. O título, por si só, provoca um arrepio, evocando a noção de um espaço sagrado e, ao mesmo tempo, aterrador. Enquanto você lê, sente o caldo do medo se misturando com a opressão da repressão colonial. A cidade, conhecida por suas belezas naturais, revela-se uma armadilha de horrores e crimes que ecoam na história até os dias de hoje.
Os personagens que habitam esse universo não são meros fantoches em um palácio de papel; eles são reflexos de uma luta interna, de uma sede por liberdade que é frequentemente assassinada pelo status quo. São almas torturadas em busca de redenção, que, para muitos, é um conceito tão distante quanto a ideia de um amanhã melhor. Beraldo mergulha fundo na psique humana, revelando como o terror se alimenta do medo do desconhecido e da intolerância.
Críticas e comentários dos leitores orbitam uma temática central: a habilidade do autor em evocar emoções intensas e provocar reflexões. A obra é saudada por muitos como uma sólida contribuição à literatura brasileira contemporânea, mas também é alvo de algumas provocações, questionando a abordagem da ficção histórica e a veracidade dos eventos retratados.
Sob uma crítica mais aguçada, alguns leitores levantam a bandeira do debate sobre a romantização do terror, questionando se a narrativa pode, em algum grau, distorcer a realidade. Contudo, é exatamente essa discussão que eleva Laicus a patamares quase filosóficos. O que é verdade em uma narrativa histórica? O que é fato e o que é construção? A linha se torna tênue, e essa ambiguidade ganha forma nas páginas de Beraldo.
Você, leitor ávido e inconformado, pode se sentir desafiado a reconsiderar a história colonial e suas repercussões nas gerações futuras. Laicus não é uma leitura leve; é uma reflexão necessária sobre os horrores que moldaram o Brasil, incluindo suas raízes de intolerância e brutalidade. Como o rio que corta a cidade, a narrativa flui, impactante e violenta, revelando verdades que muitos prefeririam ignorar.
A capacidade de J.M. Beraldo de conectar passado e presente torna essa leitura não apenas relevante, mas quase um manifesto contra o esquecimento. Em cada parágrafo, você será convocado a enfrentar suas próprias sombras. E é nesse chamado que reside o maior ato de rebeldia que você pode praticar: não deixar que o terror se esvazie na lembrança. Laicus não é apenas um convite à reflexão; é um grito por justiça, por memória. É hora de enfrentar os monstros que não desapareceram, mas que habitam, silenciosos, entre nós.
📖 Laicus: Terror no Rio de Janeiro Colonial
✍ by J.M. Beraldo
🧾 225 páginas
2018
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