Legba - A Guerra Contra o Xangô em 1912 - Vol 207
Fernando Antônio Gomes de Andrade
RESENHA

Legba - A Guerra Contra o Xangô em 1912 traz à tona uma narrativa pulsante que transita entre a espiritualidade afro-brasileira e a complexidade de um conflito que reverbera até os dias atuais. Fernando Antônio Gomes de Andrade não apenas escreve um livro; ele cria um universo em que a luta dos orixás se entrelaça com a cultura e a resistência do povo negro no Brasil. Essa obra é um convite a mergulhar em um mar de emoções e reflexões sobre identidade, fé e história.
Através de suas páginas, o autor nos transporta para um período em que a presença africana era combatida e demonizada, mas que ao mesmo tempo pulsava com uma força inegável. 1912 não foi apenas um ano qualquer; foi um ponto de inflexão em uma guerra invisível, onde as energias divinas se enfrentavam, enquanto as sombras do preconceito e da opressão tentavam silenciar a voz dos que buscavam liberdade.
As críticas que emergem desse livro são diversas e intensas. Se, por um lado, alguns leitores celebram a profundidade com que Andrade aborda a temática, outros questionam a forma como ele entrelaça ficção e realidade, provocando um debate acalorado sobre o papel da literatura na construção da memória histórica. A pergunta que inquieta: como contar a história de um povo sem cair na armadilha do estereótipo? Aqui, a controversa recriação de mitos afro-brasileiros é não apenas um ato de reverência, mas um grito de afirmação.
À medida que nos aprofundamos na narrativa, somos confrontados com a luta de Legba, o guardião das passagens, e a força tempestuosa de Xangô. Cada personagem, cada oração, cada batalha espiritual nos faz sentir a gravidade da história - e mais, nos instiga a questionar onde estamos em relação a esse passado. A indignação e o desespero saltam das páginas, convidando-nos a refletir sobre nossas próprias crenças e a maneira como a sociedade lida com a diversidade cultural.
Os comentários dos leitores são um caleidoscópio de reações. Muitos usam palavras como "transformador" e "impactante", revelando uma profunda identificação com as lutas abordadas. Contudo, há os que afirmam que a obra poderia ter explorado ainda mais algumas facetas dos personagens, sugerindo que o autor, em sua busca por profundidade, às vezes deixou de lado a construção de enredos mais fluidos. Esse contraste de opiniões confirma a relevância da obra, um sinal de que não se trata de mera literatura, mas de uma conversa que instiga e provoca.
Se você ainda não se aventurou nas páginas de Legba, prepare-se para um choque! O autor não se contenta em ser um mero narrador; ele é um provocador, um investigador da alma humana. Ao confrontar você com questões de identidade, pertencimento e espiritualidade, ele incita um desejo insaciável de se descobrir e de questionar o mundo ao seu redor. Após a leitura, as interrogações sobre a nossa própria história e a da sociedade se tornam inadiáveis.
Este não é apenas um livro sobre o passado; é um portal para o futuro. A guerra que começou em 1912 ecoa nas ruas contemporâneas, nas lutas por direitos, na busca por reconhecimento e na valorização das culturas afro-brasileiras. Legba desafia você a não apenas ouvir, mas a sentir e a lutar. Porque, no fim das contas, cada página é uma batalha, cada palavra é um ato de resistência e, por fim, cada leitor se torna parte desse legado eterno. 🌍✨️
Não deixe passar a chance de se conectar com essa narrativa poderosa e essencial. Através de Legba, talvez você encontre a si mesmo.
📖 Legba - A Guerra Contra o Xangô em 1912 - Vol 207
✍ by Fernando Antônio Gomes de Andrade
🧾 364 páginas
2013
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