Liberdade na vida é ter um amor para se prender
Fabrício Carpinejar
RESENHA

A travessia pela obra de Fabrício Carpinejar, Liberdade na vida é ter um amor para se prender, é um convite irrecusável para uma reflexão que toca a essência da condição humana. Entre versos e prosa, o autor nos arremessa numa dança entre a liberdade e o amor, uma equação que, em sua sutileza, se desdobra em uma plêiade de sentimentos conflitantes. Aqui, a liberdade não é um mero conceito; é um estado de espírito que se entrelaça com o ato de amar, sugerindo que, muitas vezes, o verdadeiro laço se revela na entrega.
Carpinejar, conhecido por sua habilidade em transformar experiências cotidianas em poesia crua e, ao mesmo tempo, delicada, nos envolve em sua narrativa e nos obriga a encarar um fato indiscutível: ao amarmos, nos prendemos. Mas essa "prisão" não é maldição, e sim um alicerce fundamental nas relações humanas. Nessa obra, o amor é exaltado como a âncora que nos impede de flutuar na vastidão de nossa própria liberdade. A ideia de que devemos nos entregar a outra pessoa para encontrar significado ressoa como um eco profundo, desafiando a sociedade superficial em que vivemos.
As opiniões dos leitores variam, refletindo a diversidade de experiências e perspectivas que cada um carrega. Muitos se veem na busca por esse equilíbrio entre liberdade e amor; outros, no entanto, sentem que o autor pode pecar pela idealização, como se a entrega total fosse uma panaceia para todos os problemas da vida. Mergulhando entre elogios e críticas, percebemos que esse livro, embora possa ser uma declaração romântica, também nos empurra para um abismo de questionamentos sobre o que significa verdadeiramente amar.
O contexto atual, permeado por relacionamentos efêmeros e a superficialidade das redes sociais, torna a mensagem de Carpinejar ainda mais vital. Ao finalmente nos forçar a olhar para o coração, ele revela que a liberdade pessoal e a entrega amorosa não precisam ser antagônicas, mas sim complementares. Nossa cultura contemporânea se vê muitas vezes isolada na busca temporária por prazeres rápidos, e é nesse cenário que a obra de Carpinejar se destaca, como um grito fusional em busca de profundidade.
Essa busca pela autenticidade nas relações não se restringe a um espaço romântico, mas se estende à convivência social. O amor, ao se transformar em liberdade, reverbera possibilidades de solidariedade, empatia e compaixão. Em seu relato, Carpinejar também sugere que ao nos entregarmos ao outro, liberamos não apenas a nós mesmos, mas também a possibilidade de um mundo mais humano. Um mundo onde a conexão se torna mais importante que a posse.
É claro que ao longo da leitura nos deparamos com o pulsar intenso da vida que, em última análise, nos questiona: você está disposto a se "prender" por amor? O autor nos faz perceber que a verdadeira liberdade, por mais paradógica que pareça, morre sem o afeto genuíno. Portanto, cada leitor terá seu próprio lance a pegar neste emaranhado de emoções. Se por um lado, a entrega ao amor é uma rendição, por outro, a liberdade que ela proporciona é a mais pura expressão da vida.
Ao fechar este livro instigante, uma coisa é certa: Liberdade na vida é ter um amor para se prender não é apenas uma leitura; é um convite a se despir de medos e inseguranças, explosão de sentimentos que teima em permanecer na mente mesmo após a última página virada. E, ao final, a pergunta persiste: o que você escolherá fazer com isso? 💔✨️
📖 Liberdade na vida é ter um amor para se prender
✍ by Fabrício Carpinejar
🧾 164 páginas
2017
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