Linguagens Urbanas na "babel Amalucada"
Cartas Caipiras em Periódicos Paulistanos (1900-1926)
Beatriz Rodrigues
RESENHA

No início do século XX, São Paulo fervilhava como uma panela de pressão prestes a explodir. Era um caldeirão cultural onde o urbanismo recém-nascido chocava-se com as raízes rurais que teimavam em fincar os pés, e em um cenário quase cinematográfico, Beatriz Rodrigues nos presenteia com "Linguagens Urbanas na 'babel Amalucada': Cartas Caipiras em Periódicos Paulistanos (1900-1926)".
Este não é somente um livro, é uma viagem alucinógena a um passado que moldou o presente. Você vai se ver furtivamente lendo as cartas caipiras como se fossem segredos proibidos revelados de um piscar de olhos palpitante. Não basta passar os olhos pelas palavras, é preciso sentir o pulsar do coração de cada leitor desse tempo, suas aspirações e conflitos, a dor de ser um peixe fora d'água na nova metrópole.
A obra não é suave, não te embala como cantiga de ninar. É o som estridente de uma cidade zumbindo, ecoando pelas vielas, clamando com sua Babel rigorosamente transcrita pelas mãos diligentes de Beatriz Rodrigues. Você, caro leitor, será abalroado por emoções contraditórias, entre a piada escrachada e a dor lamentosa. É impossível não sentir a pele crispar em arrepios ao ver refletida a identidade brasileira em formação, crua e fervorosamente detalhada.
A genialidade de Beatriz está em fazer das cartas janelas que te convidam a espionar por dentro, mas também espelhos onde reconhecemos em parte nossos próprios dilemas modernos. Você vai gargalhar com as 'caipirices', mas também vai compreender a profundidade do discurso aparentemente simples. E de repente, aquela mistura linguística aparentemente 'amalucada' revela-se uma orquestra milimetricamente regida pela mão divina (ou diabólica) do destino.
Mas o que torna essa leitura INEVITÁVEL? É a sua capacidade de TE obrigar a revisitar discussões sociais submersas, recriar o imaginário de um Brasil em ebulição, debatendo entre modernidade e tradição em um quadrilátero impossível de resolver. Seria essa a razão que fez acadêmicos se perderem em elogios ao trabalho? Pode apostar! Os comentários fervem na internet com leitores bombardeando fóruns, debatendo a genialidade e ousadia de Beatriz. E tu aí, vai ficar de fora dessa? Você não quer perder o bonde da compreensão histórica e cultural dos primórdios paulistanos, quer? 😱📜
Nos intervalos dos choques, o que te espera é um submerso ímpeto de solidariedade, ler as cartas é como sentar na roda da fogueira e ouvir de viva voz os lamentos e risos dos nossos pré-modernistas. É fechar os olhos e ver o horizonte além dos arranha-céus. Aqui há espaço para discutir e descobrir como a luta caipira tricotou as primeiras malhas da indumentária paulistana moderna.
A cada página virada, o espaço cede lugar ao entendimento de um grande teatro da urbanização, onde a dor do 'deslocamento' e o ímpeto de redenção são exibidos em um espetáculo sem igual. Com ardor, podemos afirmar que Beatriz Rodrigues não escreve um mero livro: ela tece um épico onde o palco paulistano se consoante às vozes caipiras, chorando e rindo simultaneamente fora e dentro de nós.
E aqui você está, no gatilho: é aceitar essa arrasadora explosão de sentimentos ou ficar para trás. Passo para você a escolha, sabia? 🕰 Revolucione seu ponto de vista, conheça esse tal país chamado São Paulo e permita-se, por intermédio de Beatriz, tocar as profundezas do tempo. Após mergulhar nas 'cartas caipiras', aseguro, nada mais será como antes.
Snap out of it! 🗯 E lembre-se: cada carta pode transfigurar você. para sempre.
📖 Linguagens Urbanas na "babel Amalucada": Cartas Caipiras em Periódicos Paulistanos (1900-1926)
✍ by Beatriz Rodrigues
🧾 276 páginas
2020
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