Lisistrata e tesmoforiantes de Aristófanes
Trajano Vieira
RESENHA

Ao folhear Lisistrata e tesmoforiantes, você não apenas se depara com uma dramaturgia vibrante, mas mergulha em um mundo onde a sátira e a crítica social de Aristófanes se entrelaçam com a sagacidade contemporânea de Trajano Vieira. Esta obra poderosa não é apenas uma leitura; é um convite a refletir sobre as dinâmicas de poder, gênero e a luta pela paz, ecoando de forma poderosa em nossos dias.
Em Lisistrata, a protagonista e suas companheiras estabelecem um audacioso plano para acabar com a guerra que devasta Atenas e Esparta: recusar-se a ceder aos desejos masculinos até que a paz seja firmada. Essa rebelião feminina, repleta de humor ácido e inteligência, nos mostra não só a astúcia das mulheres da Grécia antiga, mas também provoca riso e reflexão sobre a lógica da guerra. As páginas se desenrolam com diálogos afiados que revelam a essência da luta pelo reconhecimento e pela autonomia, temas que reverberam incansavelmente na sociedade moderna.
Por outro lado, os Tesmoforiantes trazem à tona a discussão sobre a censura e a liberdade de expressão. As mulheres, reunidas em um festival em honra a Deméter, arquétipo de fertilidade e colheita, enfrentam o humor machista que permeia a literatura e a sociedade. É um evento que nos faz questionar até que ponto a arte pode ou deve ser controlada e de que forma a voz feminina pode ser silenciada ou amplificada. A ironia do texto é um golpe certeiro na hipocrisia de muitos de nossos dias, onde ainda lutamos para dar voz a quem se encontra marginalizado.
Comentários de leitores avisam para o poder transformador das histórias contidas nesta obra. E há quem diga que a leitura é como uma lufada de ar fresco no panorama literário contemporâneo, desafiando a inércia crítica e subvertendo conceitos de moralidade. As críticas, em sua maioria, enaltecem a habilidade de Trajano Vieira em trazer à tona não apenas os ecos do passado, mas uma ressonância que atravessa os séculos, instigando debates necessários sobre gênero e poder. Por outro lado, existem vozes que consideram que a obra, em alguns momentos, peca pela excessiva contemporaneidade que, por vezes, dilui a essência do original.
E você, leitor, o que irá escolher: ser aplaudido pelas provocações da sátira ou ficar à margem, temendo o potencial disruptivo do riso? Lisistrata e tesmoforiantes é, sem dúvida, uma leitura que não se limita ao humor; é um manifesto que clama para ser ouvido em tempos de guerras silenciosas e vozes abafadas. Não fique à espera; permita-se ser tocado pelo impacto desta obra que, em suas páginas, arrebata e provoca mudanças profundas na maneira como enxergamos a luta pela igualdade e justiça social.
📖 Lisistrata e tesmoforiantes de Aristófanes
✍ by Trajano Vieira
🧾 448 páginas
2010
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