Lois, a bruxa
Elizabeth Gaskell
RESENHA

Em um enredo que é uma verdadeira dança entre o amor e o sobrenatural, Lois, a bruxa, de Elizabeth Gaskell, nos cativa com um lirismo sutil e uma profundidade emocional que reverbera por gerações. Este conto, lançado em 2021, mas oriundo de uma época em que as bruxas eram temidas e admiradas, oferece não apenas a visão da autora sobre a bruxaria, mas também uma reflexão intensa sobre a condição humana.
A história gira em torno de Lois, a protagonista que desafia as normas sociais de sua época. Gaskell habilmente constrói um universo em que a magia não é meramente um espetáculo visual, mas uma metáfora poderosa para a liberdade e as limitações que cercam as mulheres do século XIX. Sentindo-se sufocada, Lois se torna uma figura trágica e cativante, que vive às margens da aceitação e da rejeição. A escrita de Gaskell é tão vívida que é impossível não sentir a dor e a luta de Lois, como se suas cicatrizes se transformassem nas nossas.
Os leitores têm se rendido à intensidade da narrativa. Nas resenhas, muitos destacam como Gaskell se aprofunda nas emoções da protagonista, capturando a confusão entre amor, rejeição e o desejo de pertencimento. Há quem considere a obra uma crítica ardente ao machismo da época, onde mulheres com pensamentos liberdades eram ridicularizadas e marginalizadas. E, falando em opiniões, não faltam controvérsias. Alguns críticos afirmam que a obra é uma releitura fraca das lendas europeias, enquanto outros aplaudem Gaskell por encarar com coragem os temas do feminismo e da opressão.
O pano de fundo histórico é igualmente intrigante. A Gaskell viveu em um período de revolução social e industrial, onde novas ideias sobre o papel da mulher e a espiritualidade começaram a surgir. Em meio a este turbilhão de transformação, Lois, a bruxa resgata histórias esquecidas, dando voz a quem, muitas vezes, não a teve. As sombras da Inquisição, do medo e da superstição se entrelaçam nas páginas, fazendo-nos refletir sobre o que foi e o que ainda é a luta por reconhecimento e igualdade.
Quando você mergulha nas páginas deste livro, não é apenas uma leitura; é uma experiência visceral que inquieta a alma. Os personagens são complexos e multifacetados, levando o leitor a questionar: o que é realmente ser livre? Será que a verdadeira bruxaria reside na capacidade de amar e se autoconhecer, ou naqueles rótulos impostos pela sociedade?
Dentre tantos elos emocionais que Gaskell estabelece, talvez o mais poderoso seja a conexão com a sua essência feminina. As crises enfrentadas por Lois ecoam na vida de muitas mulheres até hoje, traduzindo anseios e medos contemporâneos que parecem ter atravessado séculos. Em última análise, o que realmente há de impressionante em Lois, a bruxa? É a capacidade de criar uma atmosfera que faz reviver a luta por direitos e expressões, como um grito abafado que finalmente se liberta.
Portanto, se você ainda não se deixou levar por essa obra, está perdendo a chance de um banquete literário. É mais do que um livro: é um convite a pensar, sentir e, quem sabe, transformar a sua própria percepção sobre o que é ser uma bruxa na sociedade moderna. A cada página, você vislumbra uma nova camada de entendimento e, quem sabe, não se torne um pouco mais bruxo você também.
📖 Lois, a bruxa
✍ by Elizabeth Gaskell
🧾 118 páginas
2021
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