Lupanares e puteiros

Os últimos suspiros do rendez-vous na sociedade manauara (1959/1969)

Raimundo Alves Pereira Filho

Os ecos de uma época marcada por encontros clandestinos e segredos ocultos se fazem ouvir nas páginas de Lupanares e puteiros: os últimos suspiros do rendez-vous na sociedade manauara. Escrito por Raimundo Alves Pereira Filho, este é um relato vívido sobre o que há de mais intrigante na intersecção entre a moralidade e a libertinagem, numa Manaus que pulsava vida e contradições. Você não consegue se esquivar do apelo dessa narrativa que, mais do que descrever, provoca reflexões sobre a essência humana e as suas complexidades.

O autor não apenas apresenta uma análise do cotidiano nos estabelecimentos de prazer da cidade, mas mergulha no contexto social e cultural que moldou essa realidade. Com um olhar afiado, Pereira Filho oferece ao leitor um passeio visceral pelos bordéis que, em sua época, eram não apenas locais de indulgência, mas verdadeiros redutos de resistência e convivência em um Brasil em transformação.

Os anos de 1959 a 1969 foram cruciais, tanto para o Brasil quanto para a capital amazonense. Enquanto o país vivia sob um regime militar opressivo, o sistema que cercava a vida em Manaus se mostrava paradoxalmente vibrante. O que faz um putedo ser visto como espaço de marginalidade enquanto é, também, um território de desinibição e autenticidade? Esses questionamentos dão vida e urgência à obra, fazendo com que você se sinta parte de um jogo onde as regras são flexíveis e a moral, frequentemente, é posta à prova.

Os leitores têm se manifestado de diversas formas sobre a obra, com opiniões que vão da exaltação à crítica cortante. Alguns destacam a riqueza das descrições e a capacidade do autor em transportar o leitor para esses cenários pulsantes, enquanto outros apontam para um certo puritanismo nas narrativas que contradiz a exaltação dos próprios lugares que descreve. Essa dualidade reflete o que é a sociedade em si: repleta de nuances, contradições e, por que não, hipocrisias.

Por outro lado, o livro também reverbera a solidão que habita os personagens. As histórias de vidas desgastadas pelo tempo e pela pressão social nos tocam em um nível profundo. É como se pudéssemos ouvir os sussurros de quem está atrás das cortinas das cabines, as famosas "sala de visitas" dos bordéis, onde cada olhar e cada gesto falam mais do que mil palavras. Ao longo da narrativa, somos obrigados a encarar a realidade nua e crua, e isso pode ser tão libertador quanto aterrorizante.

As inspirações aqui são tão vastas que você pode se questionar sobre o que realmente define uma vida digna. O que você está disposto a fazer para encontrar seu próprio espaço de prazer em um mundo que muitas vezes impõe as regras do que é aceitável? Ou será que o verdadeiro questionamento está na própria busca? Essa é a provocação que Lupanares e puteiros deixa no ar: um convite à reflexão, à empatia e, quem sabe, à coragem de desafiar o convencional.

Ao final, você verá que essa leitura é um porta-vozes dos excluídos, um grito por visibilidade e um convite à transformação. Num momento em que as vozes marginalizadas ainda lutam por espaço, este livro se torna absolutamente essencial para quem deseja entender não apenas a história de um lugar, mas a complexidade de ser humano. Não perca a oportunidade de se aprofundar nessa narrativa única, que ressoa muito além das páginas e faz sua alma vibrar. ✨️

📖 Lupanares e puteiros: os últimos suspiros do rendez-vous na sociedade manauara (1959/1969)

✍ by Raimundo Alves Pereira Filho

🧾 168 páginas

2021

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