Mapinguari. O Devorador de Cabeças
Rogério Andrade Barbosa
RESENHA

Se você acha que já viu de tudo, é porque ainda não mergulhou nas profundezas de Mapinguari. O Devorador de Cabeças. Aqui, a floresta amazônica não é apenas um cenário remoto, mas um palco onde lendas e medos ancestrais dançam como sombras sob a luz da lua. Rogério Andrade Barbosa, com uma narrativa pulsante, nos convida a enfrentar a criatura que se alimenta do terror e da inocência. O mapinguari, figura emblemática do folclore brasileiro, emerge das páginas para devorar mais do que cabeças; ele devora a própria essência de quem ousa cruzar seu caminho.
A obra te agarra com suas 80 páginas e não te larga até que o último segredo esteja exposto. O que fascina, no entanto, não é apenas a lenda em si, mas a maneira como Barbosa entrelaça elementos culturais e sociais em sua prosa. Cada palavra é um dardo, atingindo o coração da nossa identidade nacional. O autor brinca com temas de medo e heroísmo, tecendo um retrato vívido do que significa ser um brasileiro moldado por mitos que ecoam em nossa psique.
Ao longo dessa jornada literária, você vai sentir a umidade da floresta, o cheiro da terra molhada e, principalmente, o calafrio que percorre a espinha ao escutar os sussurros da escuridão. Os leitores se dividem: alguns são capturados pela adrenalina e a crueza da história, outros questionam as escolhas narrativas, mas a verdade é que todos saem transformados. Esse não é um mero conto; é uma experiência visceral que desafia sua compreensão do mundo.
A crítica é unânime: quem lê Mapinguari não sai o mesmo. A obra provoca emoções à flor da pele e te força a confrontar as partes mais sombrias de sua própria existência, questionando quem é realmente o devorador de cabeças. A luta contra o desconhecido se torna um reflexo das batalhas internas que todos enfrentamos.
Na teia mágica de Barbosa, o leitor é absorvido pela passagem do tempo e do espaço. O autor não apenas narra; ele faz você sentir, viver e respirar a Amazônia. Os ecos de sua herança cultural são um lembrete de que o passado nunca está realmente morto; ele habita em nossos medos e esperanças. E você, ao virar a última página, sairá com uma sensação de que, apesar do horror, há força nas histórias que contamos.
Não se trata apenas de um livro; é um convite a revisitar o que nos compõe. Ao encerrar essa obra, você será indagado a refletir sobre suas próprias histórias, sobre o que você permite que devore a sua essência. O mapinguari, nesse sentido, é um espelho que revela as verdadeiras feridas e ao mesmo tempo, as potencialidades que habitam dentro de cada um de nós. E, lembre-se: o medo é um poderoso professor.🌌
📖 Mapinguari. O Devorador de Cabeças
✍ by Rogério Andrade Barbosa
🧾 80 páginas
1997
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