Memórias da infância em que eu morri
Hugo Pernet
RESENHA

Memórias da infância em que eu morri não é apenas uma leitura; é uma explosão de sentimentos que ecoam em cada página, desvelando as complexidades da alma humana através da visão singular de Hugo Pernet. Nesse livro, a infância é revisitada não como um mero recorte nostálgico, mas como um campo de batalha emocional, onde memórias surgem com a força de tempestades e as experiências moldam o que somos.
Aqui, Pernet transcende a mera narrativa e nos provoca a refletir sobre o impacto das vivências na formação da identidade. Ao mergulhar nos detalhes pungentes de sua infância, o autor nos arrasta para um universo onde a inocência cruza caminhos muitas vezes sombrios. É uma viagem pelos labirintos da mente, onde a dor e a alegria se entrelaçam, levando o leitor a uma montanha-russa emocional. Cada leitor é convidado a enxergar um pouco de si naquelas lembranças imortais - e elas gritam verdades que muitos preferimos esquecer.
O que mais impacta em Memórias da infância em que eu morri é a autenticidade e a coragem de Pernet ao revisitar momentos que moldaram sua essência. A ausência de uma sinopse formal apenas intensifica essa experiência, pois o livro nos envolve como um abraço caloroso e desconfortável ao mesmo tempo. É como se estivéssemos explorando as rachaduras de uma infância que marcou não só um autor, mas uma legião de leitores que se identificam com sua luta.
Os comentários e opiniões acerca da obra são diversos, refletindo a profundidade com que o texto impacta diferentes pessoas. Enquanto alguns elogiam a honesta prosa de Pernet, outros criticam a intensidade das emoções que podem parecer esmagadoras. Mas é exatamente essa polaridade que faz do livro uma experiência necessária. Ele não tem medo de confrontar o leitor com suas próprias memórias - algumas doces, outras amargas - e as consequências disso reverberam por muito tempo após a leitura.
É impossível não se sentir um pouco deslocado, um pouco reconhecido, enredado por essa narrativa fibro-gráfica que desenha o ser humano sem medo de mostrar suas fraquezas. O autor nos obriga a olhar para a nossa própria infância, confrontando os fantasmas que ainda nos cercam e, assim, devolvendo-nos a esperança de que, mesmo na dor, há espaço para o renascimento. Afinal, não morremos apenas na infância; ressurgimos a cada experiência, a cada lembrança revisitante que nos forma.
Memórias da infância em que eu morri é um convite ardente à reflexão - uma obra que promete desmascarar o que se esconde atrás dos sorrisos infantis e trazer à luz as feridas que muitas vezes se acumulam nas sombras. O poder das palavras de Pernet é inegável, e é possível que, ao final da leitura, você sinta uma pequena fagulha de mudança em sua perspectiva. Porque, no fim das contas, não estamos apenas lendo; estamos vivendo e morrendo em nossas próprias memórias.
📖 Memórias da infância em que eu morri
✍ by Hugo Pernet
🧾 172 páginas
2019
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