Memórias de minhas putas tristes
Discursos acerca do corpo envelhecido e percepções de si
Ana Alice da Silva Pereira
RESENHA

Memórias de minhas putas tristes: Discursos acerca do corpo envelhecido e percepções de si é um grito visceral, uma ode ao corpo que carrega as marcas do tempo, do amor e da dor. Ana Alice da Silva Pereira, com uma prosa cortante e poética, nos leva a uma jornada íntima, onde cada página é uma reflexão sobre a vida, o envelhecer e as complexas percepções que temos de nós mesmos.
Neste livro, a autora não se limita a descrever a passagem do tempo; ela a transforma em uma poderosa alucinação. O corpo envelhecido, tantas vezes ocultado sob as camadas da estética e do ideal, torna-se um protagonista vibrante, repleto de histórias e emoções. É um convite à introspecção, um chamado à coragem de olhar para si mesmo e confrontar as verdades desconfortáveis que todos munidos de experiências vividas carregam.
O reflexo do envelhecimento é acompanhado por uma crítica incisiva da sociedade que, ao marginalizar o corpo envelhecido, despreza a sabedoria e a beleza que vêm com a idade. Ana Alice, com sua narrativa intensa, nos obriga a olhar a realidade de frente: o corpo não é um arquétipo, mas um anátema de vivências, amores e perdas. Agora, se você se pergunta como isso ecoa em sua própria vida, saiba que essa é a intenção da autora - provocar uma revolução interna.
Durante as leituras, é impossível não se deixar tocar por questões que impactam a todos nós: como encontramos significado em nossa própria mortalidade? O que significa ser desejável em um mundo que exalta a juventude? As vozes de lamento e de celebração que permeiam as páginas fazem com que o leitor sinta, literalmente, o peso de cada palavra, como se fosse um eco de suas próprias vivências.
Os comentários dos leitores são um reflexo da polarização que a obra gera: enquanto alguns aclamam a coragem de Ana em abordar temas tabus, outros criticam a forma direta e, por vezes, crua com que discute a sexualidade e o envelhecimento. Essa tensão entre a aceitação e a repulsa é parte do que torna a obra tão irresistível. Ela desafia as normas e convida você a se posicionar.
Como meia-verdade do cotidiano, Memórias de minhas putas tristes toca em feridas que muitos prefeririam ignorar, mas que, ao serem expostas, proporcionam um alívio catártico. Não é apenas um livro; é um chamado à bravura, à vulnerabilidade, uma oportunidade de enfrentar o que, por muito tempo, ficou escondido sob a superfície.
Mergulhar nessa obra é, sem dúvida, uma experiência transformadora. Você se verá confrontado(a) com suas próprias memórias, suas inseguranças e, quem sabe, encontrará uma nova forma de enxergar o seu ser. Não se trata apenas de ouvir a voz da autora, mas de escutar a sua própria verdade. É nessa interseção que reside a beleza e a complexidade desse livro poderoso -uma declaração audaciosa de que todos temos algo a dizer sobre nossas memórias e a nossa existência.
📖 Memórias de minhas putas tristes: Discursos acerca do corpo envelhecido e percepções de si
✍ by Ana Alice da Silva Pereira
🧾 148 páginas
2020
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