Metrópole à beira-mar
O Rio moderno dos anos 20
Ruy Castro
RESENHA

Metrópole à beira-mar: O Rio moderno dos anos 20 é uma verdadeira ode ao pulsar vibrante de uma das cidades mais fascinantes do Brasil. Ruy Castro, com maestria, nos transporta para um Rio de Janeiro que mistura glamour, efervescência cultural e tensões sociais numa dança hipnotizante, como o vai e vem das ondas na praia de Copacabana. Não é apenas um relato; é um convite a sentir e viver cada momento da década de 20, quando o Rio se transformava, se modernizava e reverberava uma energia quase palpável.
Ao longo de 678 páginas, Castro não economiza talento ao descrever a transição do Rio de Janeiro de uma cidade imperial para uma metrópole moderna. Ele mergulha em um universo onde a boemia se entrelaça com a ascensão social, onde o samba encontra o tango e a modernidade se choca com tradições que resistem à passagem do tempo. O autor revela como a cidade, cheia de contrastes, estava também à beira de uma revolução que alteraria o seu destino e a vida de seus habitantes.
O Rio da década de 20 foi palco de um espetáculo histórico. Os comentários fervorosos dos leitores refletem essa explosão de sentimentos: muitos se sentem transportados para uma época de liberdade, onde as baladas à beira-mar eram como revoluções culturais. Outros, no entanto, apontam que a obra poderia ter explorado mais as contrariedades sociais que permearam essa fase dorida. Porém, o que não se pode negar é a paixão que Ruy Castro incute em suas páginas, onde, por trás de cada acontecimento, há a busca pela identidade e pelo pertencimento.
Ao lado das descrições vívidas, a obra é também um potente testemunho da beleza e do caos que coexistem no Rio. A exuberância dos carnavais e a angústia de um povo que lutava contra as adversidades sociais se tornam palpáveis sob a pena do autor. É uma montanha-russa emocional que leva o leitor a experimentar a esperança, a desilusão e a intensidade de uma era que, mesmo com seus problemas, floresceu em criação e ousadia.
Importante ressaltar que Castro não apenas narra; ele ilumina figuras proeminentes da época, como artistas, intelectuais e políticos, permitindo que suas histórias se entrelaçam como uma tapeçaria ricamente colorida. Isso demonstra que a obra, apesar de sua profundidade histórica, é também um tributo aos indivíduos que moldaram o Rio, levando muitos a refletirem sobre quem são e como o passado influencia o presente.
Na essência de Metrópole à beira-mar, o leitor é desafiado a não apenas observar, mas a sentir. É um convite ao deleite e à reflexão sobre a complexidade da vida urbana, sua beleza crua e sua vitalidade imortal. Ao final da leitura, a pergunta que ressoa é: que legado deixamos para as futuras gerações em meio a todo este esplendor? A obra não responde, mas provoca, deixando o leitor em um estado de contemplação profunda e, talvez, um pouco inquieta. É esse incômodo que nos leva à ação, que nos impulsiona a não deixar o passado se apagar, mas a abraçá-lo como parte de nossa identidade coletiva. 🌊✨️
📖 Metrópole à beira-mar: O Rio moderno dos anos 20
✍ by Ruy Castro
🧾 678 páginas
2019
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