Na janela do trem
Lúcia Hiratsuka
RESENHA

Na janela do trem, a obra de Lúcia Hiratsuka, não é apenas um livro; é um convite imperdível a uma viagem emocional e sensorial por universos diversos que se entrelaçam entre passado e presente. Em um formato que desafia convenções, a narrativa se expande em suas 40 páginas de pura poesia visual e textual, tornando-se um elemento indispensável na formação de uma nova apreciação sobre como a narrativa se revela através das ilustrações e das palavras.
Estelivro traz à tona a multiforme experiência de viajar. Através da janela do trem, somos guiados por imagens que capturam o ritmo do movimento e a beleza efêmera da paisagem. Cada ilustração de Hiratsuka é uma janela para o mundo, um lembrete de que a história se desdobra não apenas em páginas, mas nas memórias que carregamos. E não é só isso; a obra aborda a importância da observação, da escuta e dos pequenos detalhes que, muitas vezes, passam despercebidos. Você já parou para pensar em quantos sentimentos, histórias e vidas passam à sua janela enquanto você embarca em suas rotinas?
O impacto visual das ilustrações é inegável. A simplicidade dos traços e a paleta de cores cuidadosamente escolhida criam um diálogo harmonioso com o texto, fazendo o leitor segmentar a própria jornada, refletindo sobre seu lugar no mundo. Os leitores que se perderam na leitura relatam momentos de pura epifania, reconhecendo suas próprias experiências nas construções de Hiratsuka. A crítica já observa a obra como uma aula sobre como a arte pode dialogar com a literatura, desafiando a linearidade das narrativas tradicionais e convidando o leitor a embarcar nessa montanha-russa de emoções.
Entretanto, como toda obra provocativa, Na janela do trem também gera divisões entre os seus leitores. Enquanto alguns se rendem à profundidade sensível que a autora oferece, outros, por sua vez, questionam a sutileza do enredo, desejando uma trama mais explícita. Essa pluralidade de reações apenas enfatiza a relevância da obra, que instiga debates e reflexões sobre o papel da arte e da literatura na formação de identidades e histórias.
Lúcia Hiratsuka, uma das vozes respeitáveis da literatura infantojuvenil brasileira, utiliza sua bagagem cultural e seu olhar atento para as nuances da existência para transformar cada página em uma oportunidade de autodescoberta. Se na janela do trem não somos apenas espectadores, mas também protagonistas de nossas realidades, por que não deixar que esse envolvimento nos impulsione a viver com mais intensidade?
Ao final, a obra é mais do que visualmente cativante; é uma celebração da viagem da vida. A cada viagem que você fizer - seja em um trem, em um ônibus, ou mesmo em seu cotidiano - lembre-se da importância de olhar pela janela. Venha descobrir o que reside do outro lado. ✨️✨️
📖 Na janela do trem
✍ by Lúcia Hiratsuka
🧾 40 páginas
2017
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