"Nihonjin é nihonjin e nunca será um gaijin!"
Construindo e desconstruindo a identidade dos imigrantes japoneses nas narrativas contemporâneas do Brasil
Ranyane Melo
RESENHA

"Nihonjin é nihonjin e nunca será um gaijin!" é uma declaração que ressoa profundamente na alma de quem, direta ou indiretamente, já teve que lutar pela aceitação. Ranyane Melo mergulha nesta obra não apenas como uma pesquisa acadêmica, mas como um manifesto poderoso sobre as identidades que se entrelaçam - ou se chocam - no contexto brasileiro. Este livro não é apenas uma reflexão; é um convite a desencadear um turbilhão de emoções e provocar uma reavaliação da maneira como vemos as fronteiras culturais.
Ao longo de suas páginas, Ranyane nos apresenta um retrato denso e apaixonante dos imigrantes japoneses no Brasil, examinando a construção e desconstrução de suas identidades. O termo "nihonjin" - japonês - é contrastado com "gaijin" - estrangeiro - revelando um abismo de pertencimento que causa estranhamento e solidão. O que significa ser parte de um grupo se a sociedade em que se vive insiste em te rotular como o "outro"? Essa questão bate na porta do leitor e o força a confrontar não apenas as narrativas dos imigrantes, mas as suas próprias vivências e preconceitos.
Em um Brasil que clama por inclusão e diversidade, a obra de Melo se torna um farol. Ao explorar histórias de vida, depoimentos e a riqueza cultural que os japoneses trouxeram ao nosso país, ela nos lembra que a identidade é uma construção multifacetada, repleta de nuances e complexidade. Cada página é um lembrete de que a luta pela aceitação é uma luta coletiva, que não deve ser subestimada. Os comentaristas que se depararam com essa obra frequentemente destacam a capacidade de Ranyane em amalgamar teoria e narrativa, resultando em uma leitura que é ao mesmo tempo informativa e comovente.
Mas não podemos ignorar as críticas. Alguns leitores apontam que a obra, em sua busca por abordar a identidade em suas várias camadas, às vezes se perde em discussões teóricas densas, deixando a experiência emocional um pouco aquém do que poderia ser. No entanto, essa tensão dialética entre teoria e emoção pode ser vista como uma ousada tentativa de desafiar o leitor a se aprofundar mais, em busca de entender a essência de um tema tão complexo.
O contexto histórico da migração japonesa para o Brasil, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, serve como pano de fundo para as discussões mais contemporâneas sobre identidade. Melo não hesita em nos fazer perceber que essa construção não ocorreu em um vácuo. Em tempos de crescente xenofobia e nacionalismo, sua obra torna-se um grito por empatia e solidariedade, um chamado a olharmos além de nossas próprias vivências.
Ao terminar a leitura, uma sensação de inquietude e reflexão permanece. A frase "nihonjin é nihonjin e nunca será um gaijin!" ecoa como um lembrete contundente do que significa pertencer. Você, leitor, não pode simplesmente se despir de suas próprias construções identitárias e preconceitos ao fechar o livro. A verdadeira transformação começa aqui, com a coragem de olhar para o outro e enxergar nele um espelho da nossa própria humanidade.
Se você se importar, mergulhe de cabeça nessa obra que não apenas ilumina as sombras da nossa história, mas também incita mudanças que podem ressoar por gerações.
📖 "Nihonjin é nihonjin e nunca será um gaijin!": Construindo e desconstruindo a identidade dos imigrantes japoneses nas narrativas contemporâneas do Brasil
✍ by Ranyane Melo
🧾 57 páginas
2016
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