O homem que matou Getúlio Vargas
Jô Soares
RESENHA

Você é capaz de entender o caos? Em meio a enganos históricos, encontros improváveis e tragédias cômicas, Jô Soares te coloca cara a cara com o improvável em "O homem que matou Getúlio Vargas". Um romance que, ao longo de suas 344 páginas, te fará questionar a realidade, rir incontrolavelmente e, ao mesmo tempo, refletir sobre os meandros do absurdo que rege a vida humana.
Cornélio França, o protagonista, é um personagem tão singular que parece ter vindo de um delírio compartilhado. 🎭 Ele não é apenas um assassino atrapalhado; é o símbolo do erro, da falha humana, e, acima de tudo, do humor que encontra luz no mais profundo desespero. Você se verá torcendo, rindo e até chorando por esse homem inexplicavelmente destinado ao fracasso.
O que dizer da prolífica mente por trás desta obra? Jô Soares, um gênio multifacetado, não é apenas escritor, mas humorista, apresentador e verdadeiro cronista do Brasil. Nasceu em 1938 e viveu as transformações mais radicais do país, transformando-as em sua arte. Se "O homem que matou Getúlio Vargas" tivesse nascido nos tempos de Kafka, teria sido uma conturbada obra de arte surrealista, perdida entre esperanças e despautérios.
A narrativa desta história é um tour de force inenarrável sobre o século XX. E para quem conhece pouco de história, vale ressaltar: Getúlio Vargas, presidente que dividiu águas no Brasil entre ditadura e democracia, jamais foi morto pelo protagonista. Este é o toque de gênio de Jô, que cria uma tapiceria tão absurda quanto cativante. Não é sobre a morte, mas sobre o que nunca será dito, sobre o que vive nas entrelinhas ignoradas pela história.
Comentários de leitores desavisados vão desde "Chorei de rir, e depois chorei pela realidade brasileira" até "Este livro mudou minha forma de enxergar o passado, me fazendo duvidar de tudo", mostrando como a obra mexe com o leitor. Entre gargalhadas e suspiros, são páginas que destrincham o incomum, transformando meras palavras em explosões de insights.
O cenário político entrelaça-se com a vida pessoal disforme de Cornélio, trazendo à tona figuras tão cômicas quanto assustadoramente reais. Dos cabarés do Rio de Janeiro aos segredos mais obscuros da Revolução Constitucionalista de 1932, somos levados por uma montanha-russa de emoções conflituantes. 🎢
Em uma era onde questionamos o presente através do passado, "O homem que matou Getúlio Vargas" é uma leitura imperdível para quem deseja se perder e se encontrar nas inefáveis travessuras do destino. As críticas sociais mordazes transbordam, assim como a leveza despretensiosa da narrativa, criando uma teia que captura qualquer leitor numa dança emocional irresistível.
Prepare-se para emergir num universo onde o trágico se casa com o cômico, e onde cada página vira o seu mundo de cabeça para baixo - de maneira deliciosamente entertida e, ao mesmo tempo, dolorosamente veraz. ✨️
📖 O homem que matou Getúlio Vargas
✍ by Jô Soares
🧾 344 páginas
1998
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