O olho da rua
Uma repórter em busca da literatura da vida real
Eliane Brum
RESENHA

Em O olho da rua: Uma repórter em busca da literatura da vida real, Eliane Brum não apenas escreve; ela desenha um espelho que reflete a crueza e a beleza de uma sociedade que clama por reconhecimento. Neste livro eletrizante, a autora nos leva a uma jornada que vai muito além das páginas. Aqui, a narrativa é como um tapa na cara da indiferença, uma convocação para que você sinta, enxergue e viva a realidade que muitas vezes se oculta à vista de todos.
Brum, uma repórter experimentada e apaixonada pela condição humana, mergulha nas histórias de vida de pessoas que habitam as margens da sociedade. Com uma prosa afiada e poética, ela revela a literatura que se esconde nas batalhas cotidianas, nas lutas por sobrevivência e no amor que brota em meio ao caos. A forma como ela entrelaça narrativa jornalística com literatura é uma verdadeira mágica literária, um convite a dançar com as palavras enquanto seus olhos se enchem de lágrimas e esperanças.
Ao longo de suas 376 páginas, a autora nos apresenta personagens que despertam um arco-íris de emoções. Há o riso, a tristeza, a indignação e, principalmente, a compaixão. Brum faz questão de nos lembrar que cada ser humano carrega um universo dentro de si, e que ignorá-los é como fechar os olhos para a própria humanidade. Ela não tem medo de se expor e de expor a fragilidade das vidas que conta, transformando relatos em poesia bruta e verdadeira.
Os leitores são unânimes em sua admiração. Muitos destacam a forma como a autora conecta suas experiências vividas em reportagens com o ato de escrever, tornando-a um ícone da literatura contemporânea brasileira. E não faltam críticas; alguns argumentam que a carga emocional das histórias pode ser opressiva, mas é impossível não reconhecer que esse é o ponto. Essa intensidade é necessária. É um grito de socorro, uma convidativa reflexão sobre quem somos e para onde vamos, em um mundo cada vez mais indiferente.
Brum também nos ensina sobre a importância de ouvir. Em tempos de fake news e superficialidade, ela resgata a arte de escutar e, ao fazer isso, resgata o valor da verdade. O papel da literatura, segundo a autora, não é apenas entreter, mas também provocar transformações na maneira como nos enxergamos e nos relacionamos. E você, leitor, não vai querer ficar de fora dessa revolução emocional.
Neste livro, a autora se torna não apenas uma contadora de histórias, mas uma intrusa nas vidas que narra, e você é convidado a fazer parte dessa intrusão. O risco que ela corre ao expor verdades cruas se transforma em seu maior trunfo: ao falar da vida real, ela transforma o cotidiano em arte. Ao finalizar a leitura, você pode sentir um misto de alívio e inquietação, como se tivesse se descido em um abismo de emoções e retornado com novos olhos.
O olho da rua te confronta, te sacode e te faz repensar sua própria realidade. Não é apenas um livro; é um chamado para se conectar com a vida que pulsa fora da nossa bolha. Deixe-se levar por essa leitura e descubra as histórias que estão esperando para serem contadas. E lembre-se: cada parágrafo pode ser a chave que falta para abrir os olhos do mundo. 🌍✨️
📖 O olho da rua: Uma repórter em busca da literatura da vida real
✍ by Eliane Brum
🧾 376 páginas
2017
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