O reizinho comilão
Fê
RESENHA

Na imaginária terra de Golilândia, um pequeno reinado escondido entre colinas de pizzas e lagos de chocolate, existe um ser minúsculo, porém grandioso em suas aspirações. Sua majestade, o Reizinho Comilão, manifesta-se muito além das páginas da mente da autora Fê, é um grito primal na consciência coletiva de todos que sonham reencontrar a pureza e a insensatez dos próprios desejos infantis. 📜🍕🏰
Você será transportado para um palácio onde a glutonaria é lei e o capricho infantil sustenta uma narrativa tão encantadora quanto faminta. Sim, "O Reizinho comilão" não é apenas um livro infantil - é um portal luminoso para as maravilhas e, paradoxalmente, as necessárias lições do universo mirim. Em 44 páginas, a autora entrega um festim literário onde o nosso pequeno monarca devora não apenas alimentos, mas também as nossas convenções adultas de moderação e equilíbrio.
Ao mergulhar nesse fabuloso banquete literário, percebe-se que Fê não escreve para entreter. Ela morde almas despreparadas, saboreando nossos medos e anseios. A narrativa começa delicada como um algodão-doce, mas logo transforma-se em rebuliço de sabores e cores, completamente envolvente e irresistível.
Mas quem é esse "reizinho"? Ele incorpora o que há de mais puro e humano: o prazer desenfreado, a curiosidade sem barreiras e uma ocularidade que repele faltas de cor. A cada mordida, de maçã a manjar, ele desafia a dieta impositiva do cotidiano e, ouso dizer, convoca o leitor a deleitar-se no banquete das próprias fantasias!
🎂 Frequentemente você encontrará referências culturais escondidas sob a máscara infantil. Provérbios clássicos sobre gula e confiança irrompem por entre as ranhuras de suas ações. Palácios de bolos existem? Doces fragâncias atravessam páginas e assassinam nossa resistência à trivialidade. Um altar narcisista à simplicidade cotidiana!
Críticos virulentos poderiam desprezar como uma tentativa trivial de moral infantil 😏. Pode parecer apenas uma travessura disfarçada de literatura, um anátema à rigididade; no entanto, o génio desta obra reside precisamente em sua trama engenhosamente simples, meio como um mestre confeiteiro esculpindo uma iguaria à perfeição.
Quem é você - um adulto enevoado pelos seus próprios paradigmas rigorosos - para subestimar o poder transformador de uma infância literalizada dessa forma? Cada mordida traz movimentos tectônicos no imaginário, causando aquele sentimento nostálgico perseguido por editores de memórias e escritores de autoajuda, mas ninguém exemplificou tão bem como Fê nesta magistral fatia de glória literária.
E não é só um portal temporal 🍭. Crianças de hoje, nativas digitais, reencontrarão a alegria de usar os cinco sentidos tão fundamentalmente distraídos na contemporaneidade. Mães, pais, professores já concederam a sentença: absoluto deleite visto através olhos faíscantes de seus pequenos conterrâneos de Golilândia.
Talvez você até ache que é apenas uma narrativa pueril envolta em açúcar e bodoques, mas ah... a fagulha de essência reside exatamente aí - nessa banal tentativa de desassociar. "O Reizinho comilão" é um espelho contra nossos inibidores. Deveras as fronteiras rasgam: o epicurismo literário onde saboreamos nossa própria alma infantil.
Portanto, quando cliques terminarem e as páginas se fecharem, uma coisa é certa: você estará faminto 🍅🍟 - fome não de comida - mas de histórias como essa, que, para aqueles capazes de se lembrar, deixam gostos eternos, reabrindo qualquer baú de infância feliz guardado.
Não subestime nunca o travesso clamor de um rei faminto. Acerte na core, e deixe seu reinado alimentar-lhe a imaginação. 🍲👑
📖 O reizinho comilão
✍ by Fê
🧾 44 páginas
2014
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