O telefonema que não fiz
Jonas Vendrame
RESENHA

O que você faria se tivesse a oportunidade de ouvir a voz de alguém que não está mais ao seu lado? É exatamente essa reflexão angustiante que permeia O telefonema que não fiz, de Jonas Vendrame. A obra nos transporta para um universo onde as linhas da vida se entrelaçam em torno de conversas não realizadas, memórias acalentadas e as sombras dos arrependimentos que muitas vezes nos consomem.
Neste romance envolvente, Vendrame revela suas habilidades de narrador ao entrelaçar histórias que evocam emoções profundas e, por vezes, desconfortáveis. Através de uma prosa leve, mas intensa, ele nos apresenta personagens que, em sua busca por conexão, se vêem aprisionados em dilemas emocionais e na incerteza do que poderia ter sido. É um convite para explorar os labirintos da alma humana, onde cada diálogo não feito se transforma em uma cicatriz emocional.
Leia atentamente e você perceberá que Vendrame não apenas conta uma história; ele provoca um verdadeiro terremoto emocional. O leitor é compelido a confrontar suas próprias perdas e os telefonemas que nunca foram feitos, ou as palavras engasgadas que ficaram presas na garganta. Não é apenas uma narrativa sobre reviravoltas do destino, mas uma ode à fragilidade das relações humanas, que teima em nos lembrar que o tempo não espera. ⏳️
As reações a esta obra são intensas e polarizadas. Críticos aplaudem a profundidade das reflexões, enquanto outros se questionam sobre a leveza de algumas situações, apontando uma certa superficialidade em momentos cruciais. Mas, de fato, não é a profundidade de cada cena que importa, mas a forma como elas reverberam na mente do leitor. Ao final, todos somos deixados com um gosto amargo de "e se..." e a urgência de reparar os laços que podem ainda estar ao nosso alcance.
Nesse contexto, a vida pessoal de Jonas Vendrame, marcada por suas próprias perdas e reencontros, se entrelaça à narrativa, enriquecendo ainda mais a leitura. O autor, que já foi impactado pela distância e pela ausência, traz à tona sua própria vulnerabilidade, criando um laço quase palpável com o leitor. Este aspecto biográfico não só humaniza a obra, mas também reverbera em cada página, como um eco de experiências compartilhadas.
Por fim, O telefonema que não fiz não é apenas uma leitura; é uma experiência visceral que promete mexer com suas emoções mais profundas. Ao virar a última página, você não poderá deixar de se perguntar: quantos telefonemas ainda estão por vir na sua vida? Quantas palavras ainda precisam ser ditas? Prepare seu coração, porque essa jornada é muito mais do que ficção; é um espelho das relações que moldam quem somos. Não deixe essa oportunidade escapar.
📖 O telefonema que não fiz
✍ by Jonas Vendrame
🧾 189 páginas
2021
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