O último homem
Mary Shelley
RESENHA

O último homem, de Mary Shelley, é uma obra que se destaca não apenas pelo seu enredo envolvente, mas também por ser uma reflexão profunda sobre a natureza humana e a fragilidade da sociedade. Em um futuro distópico, a história nos apresenta um mundo devastado por uma praga, onde as relações interpessoais se tornam cada vez mais complexas e repletas de tensão. Shelley, conhecida por seu clássico "Frankenstein", adentra em uma nova vertente, oferecendo uma visão pungente das consequências da solidão e do desespero.
Ao longo das 582 páginas, somos apresentados a Lionel Verney, um personagem que encarna a luta pela sobrevivência em um cenário apocalíptico. Enquanto a civilização se desmorona, Verney se vê forçado a confrontar não apenas o mundo externo, mas também os fantasmas de sua própria existência. É uma jornada de autodescoberta, solidão e luta pela esperança. Aqui, você se tornará um espectador privilegiado das emoções mais profundas e sombrias que a condição humana pode oferecer.
O que diferencia "O último homem" está, sem dúvida, sua relevância contemporânea. Publicado em 1826, em uma época onde a Revolução Industrial estava moldando o futuro, a obra ecoa os medos e ansiedades da sociedade moderna sobre pandemias e crises ambientais. As inquietações de Shelley ressoam no agora, onde imaginamos que a humanidade pode ser reduzida a um mero eco de suas próprias falhas. O desespero e a luta por conexão são sentimentos universais que permanecem eternos e que Shelley capta com maestria.
Os leitores que tiveram a oportunidade de se aventurar por estas páginas expressam uma mistura de admiração e inquietação. Comentários ressaltam a maneira como Shelley, com seu estilo eloquente, constrói não apenas um enredo, mas um verdadeiro campo de batalha emocional. As críticas, porém, não são unânimes: alguns consideram a narrativa lenta, uma introspecção que, em certos momentos, parece se arrastar. No entanto, quem é capaz de mergulhar nesse turbilhão emocional e filosófico encontrará um tesouro de reflexões que desafiam a compreensão do que significa ser humano.
As interações entre os personagens são marcadas por profundidade e nuance, fazendo com que o leitor reflita sobre a solidão em um mundo em colapso. Uma das personagens secundárias, por exemplo, traz à tona questões sobre a moralidade e o valor da vida em tempos de crise. Através de conversas e conflitos, Shelley provoca um diálogo interno no leitor, questionando nossos próprios valores e convicções.
Assim, O último homem não é apenas uma leitura para passar o tempo. É um convite para confrontar as verdades mais sombrias da existência. Não se trata apenas de um romance distópico; é um chamado a refletir sobre a resiliência da alma humana. A sensação de angústia que permeia a narrativa se transforma em uma oportunidade de autoconhecimento e empatia.
Mary Shelley, com sua visão audaciosa, nos proveu uma obra que transcende o tempo. Assim, ao final da leitura, reste uma pergunta: o que você faria se fosse o último homem? Essa reflexão ecoará em sua mente muito tempo depois de ter fechado o livro. Prepare-se para se deparar com questões que tocam no âmago da sua existência, enquanto você experimenta a arte sublime de uma das maiores autoras da literatura. 🌌✨️
📖 O último homem
✍ by Mary Shelley
🧾 582 páginas
2020
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