O vampiro de Curitiba
Dalton Trevisan
RESENHA

A atmosfera enigmática e intrigante de O vampiro de Curitiba te envolve desde a primeira página. Dalton Trevisan, ícone da literatura brasileira, consegue capturar o leitor em um mergulho profundo na psique humana, entrelaçando verdade e ficção de maneira magistral. Ao abrir este livro, você não apenas se depara com uma narrativa de vampiros, mas entra em um universo repleto de simbolismos e reflexões, um convite a pensar sobre a própria natureza da existência e a solidão que acompanha a modernidade.
Essa obra não é apenas mais um conto de terror. É quase um manifesto sobre a solidão do ser urbano - a figura do vampiro, em sua essência sombria, representa aqueles que habitam as sombras da sociedade, alheios às interações humanas, mas sedentos por conexão e compreensão. O vampiro de Trevisan não se alimenta apenas de sangue, mas do desejo de viver plenamente, em um mundo onde as relações parecem tão superficiais quanto as interações em uma rede social. Sua busca por um propósito e a luta contra sua própria natureza o tornam um personagem profundamente humano.
Os comentários dos leitores são um espetáculo à parte. Enquanto muitos exaltam a escrita afiada e a capacidade de Trevisan de provocar riso e reflexão na mesma medida, outros argumentam que sua obra é uma crítica mordaz à superficialidade e ao desencanto da vida contemporânea. Esse contraste revela a maestria do autor em instigar nós, leitores, a olharmos para dentro de nós mesmos, confrontando nossas realidades. O que nos faz mais vivos: a entrega a um amor avassalador ou a fuga para as profundezas da nossa própria tristeza?
A narrativa se desenrola em uma Curitiba que respira e vive as transformações do século XXI, mas que ainda guarda um romantismo peculiar. Os cenários são mais do que apenas fundos; são, na verdade, personagens com vida própria, refletindo os dilemas e as belezas da existência urbana. As referências culturais que permeiam a obra conectam a ficção à realidade, levando o leitor a questionar sua própria relação com o que considera verdadeiro.
O que você sente ao fechar este livro? Um misto de alívio e inquietação. A esperança de que, de alguma maneira, possamos resgatar nossas conexões humanas, mesmo em tempos tão solitários. Trevisan, com sua habilidade incomparável, não apenas conta uma história, mas provoca uma revolução interna. Ao final, você não consegue evitar que uma pergunta ecoe na sua mente: somos todos apenas vampiros à procura de luz em um mundo ofuscado pela escuridão?
Se você ainda não se deixou envolver por esse universo, agora é a sua vez de entrar nessa dança entre o horror e a esperança. 🩸✨️
📖 O vampiro de Curitiba
✍ by Dalton Trevisan
🧾 90 páginas
2017
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