Oleiros Do Umbará
Oleiros Do Umbará História E Tecnologia (1935-200).
Marcos Afonso Zanon
RESENHA
Oleiros Do Umbará: História E Tecnologia (1935-200) não é só um livro; é um convite a uma viagem alucinatória pelo tempo e pela cultura que moldaram um dos ofícios mais milenares da humanidade: a olaria. O autor, Marcos Afonso Zanon, abre os portões de uma tradição fascinante, conduzindo você por entre os segredos do barro e a alquimia que resulta em forma e função.
Você, durante a leitura, não escapará da capacidade quase mística que o autor tem de capturar a essência dos oleiros do Umbará. Com um estilo provocador, ele tece uma narrativa que entrelaça história e tecnologia, revelando como esses artesãos não apenas fabricam objetos, mas também perpetuam legados, tradições e memórias que ecoam através das gerações. É como se você pudesse sentir a argila fria entre os dedos, a dança ritualística dos movimentos que dão vida ao inerte, o perfume terroso que exala ao pôr a mão na obra.
Os depoimentos dos leitores são unânimes ao destacar a profundidade e a sensibilidade com que Zanon aborda uma prática que vai muito além do simples ato de 'fazer potes'. Há aqueles que se encantam com as minúcias históricas, enquanto outros reagem à forma como as técnicas tradicionais se entrelaçam com inovações contemporâneas, criando um mosaico do fazer humano que é ao mesmo tempo arte e ciência.
Uma das críticas que permeia a obra é a percepção de que o autor poderia ter explorado ainda mais as nuances das dificuldades enfrentadas pelos oleiros. Alguns leitores sentem falta de um olhar mais crítico sobre as condições socioeconômicas que envolvem a profissão. Contudo, essa crítica não diminui a potência da proposta, que é, ao final, celebrar e resgatar um patrimônio que tornou-se quase invisível na modernidade.
Não basta apenas passar os olhos pela obra; você será fisgado, puxado para dentro desse universo onde o barro é a matéria prima e a história é a paleta de cores que pinta um retrato vibrante da cultura brasileira. Oleiros Do Umbará se transforma em um manifesto que ressoa profundamente, te obrigando a refletir sobre a importância de preservar não só técnicas, mas a identidade que elas carregam.
Se você ainda está cenando sobre a relevância do artesanal no mundo contemporâneo, a leitura traz um choquinho de realidade: estamos cada vez mais imersos em um oceano de informações e produtos industrializados, e é no resgate de saberes ancestrais que encontramos uma âncora firme em tempos de incerteza. As mãos que moldam o barro são, na verdade, as mesmas que moldam a história - e Zanon, com seu olhar perspicaz, nos lembra disso a cada página.
Siga essa jornada e descubra como cada vaso, cada objeto cerâmico, não é apenas uma peça, mas sim uma conexão com o passado. Uma forma de ressuscitar histórias que desejamos guardar e, mais importante, contar.
📖 Oleiros Do Umbará : História E Tecnologia (1935-200).
✍ by Marcos Afonso Zanon
2003
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