Pachinko
Min Jin Lee
RESENHA

Pachinko, de Min Jin Lee, não é apenas uma leitura; é uma travessia emocional que desafia os limites da resiliência humana. Em suas páginas, somos apresentados a uma saga épica que se desenrola através de gerações, explorando a complexa identidade dos coreanos no Japão, imergindo-nos em suas esperanças, traições e a luta implacável por dignidade em um mundo que constantemente busca desumanizá-los.
A narrativa inicia-se na Coreia durante a ocupação japonesa, um berço de dor e resistência, e se estende até o Japão, onde a vida dos personagens é marcada por preconceitos e um anseio por pertencimento. Através da trajetória da família da jovem Sunja, cuja vida muda drasticamente ao engravidar de um homem casado, Min Jin Lee oferece uma reflexão pungente sobre as escolhas e sacrifícios que moldam nossas vidas. A força das mulheres que habitam este universo é palpável; elas são tanto vítimas quanto heroínas de suas próprias histórias, navegando em um mar de adversidades com tenacidade e esperança.
Os leitores são conduzidos por um turbilhão de emoções, e cada página é um convite para refletir sobre temas universais como amor, perda e a busca incessante por uma vida melhor. A riqueza descritiva de Lee nos transporta para a atmosfera vibrante e, ao mesmo tempo, opressora do Japão do século XX, onde a cultura da pachinko, um jogo de azar, se torna uma metáfora potente para a aleatoriedade da vida e as apostas que fazemos.
As opiniões a respeito de Pachinko são um mosaico de sentimentos, que vão desde a celebração de sua riqueza narrativa até críticas sobre seu ritmo. Alguns leitores se veem emaranhados na densidade das histórias, enquanto outros aplaudem a profundidade com que a autora aborda questões históricas e sociais. O que é inegável, no entanto, é a capacidade de Lee de criar uma conexão visceral entre seus personagens e o leitor, fazendo-nos sentir cada vitória e cada derrota como se fossem nossas.
A obra também se destaca pelo contexto histórico que a envolve. A opressão sob a qual a Coreia se encontrava e a diáspora que se seguiu são não apenas pano de fundo, mas sim protagonistas silenciosos que moldam a trajetória dos personagens. É impossível não sentir a urgência de entender essas questões ao ler Pachinko; a história nos incita a olhar para a nossa própria realidade, questionando preconceitos e estruturas sociais que ainda perduram.
E quando você fecha o livro, a sensação é de que algo indelével se firmou em seu interior. As lutas de Sunja e sua família reverberam em suas próprias experiências, desafiando-o a introspecções profundas e a uma reconsideração do que significa pertencimento. Você fica com a certeza de que a saga dos imigrantes nunca termina, mas suas histórias têm o poder de gerar diálogos e conexões que transcendem gerações.
Pachinko é um testemunho da história de um povo que se recusa a ser esquecido, uma obra que clama por atenção e compreensão. Ao mergulhar nesta narrativa, você não está apenas lendo; você está vivenciando uma jornada repleta de intensidade e emoção, que, como o jogo de pachinko, mantém você na expectativa, em cada giro da vida, da sua vida. Não perca a oportunidade de explorar esta rica tapeçaria de experiências, reflexões e sentimentos que Min Jin Lee nos brinda com sua obra-prima.
📖 Pachinko
✍ by Min Jin Lee
🧾 528 páginas
2020
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