Primeira Manhã.
Jurandir, Dalcídio, 1909-1978
RESENHA

Primeira Manhã nos transporta para um universo onde as nuances da existência humana se entrelaçam de forma poderosa, revelando a sutileza e a complexidade do cotidiano. A obra de Dalcídio Jurandir, um dos ícones da literatura paraense e um visionário da literatura brasileira, não é apenas um relato sobre as primeiras horas do dia, mas um convite a mergulhar nas profundezas de sentimentos e realidades que muitos tentam ignorar. 🌅
Essa narrativa, que se desdobra como um quadro impressionista, captura a essência da vida em sua forma mais crua e honesta. Jurandir, que viveu entre os desafios sociais e culturais do Brasil do século XX, utiliza uma prosa lírica e envolvente para explorar a alma de seus personagens. Cada página é uma tela na qual ele pinta cenas vibrantes de amor, solidão, e a busca incessante por significado em um mundo que frequentemente se mostra indiferente.
Os leitores frequentemente comentam como Primeira Manhã é uma experiência transformadora. Eles sentem as cores da manhã se descortinando, quase como se pudessem tocar a leveza do orvalho nos campos. Porém, é inegável que há um lado controverso na obra: algumas críticas apontam para a lentidão do enredo, que pode intimidar aqueles acostumados à velocidade das narrativas modernas. Mas aqui é que reside a beleza dessa obra - a calma deliberada convida o leitor a refletir, a observar e a sentir, em vez de simplesmente consumir.
Os ecos do contexto histórico no qual Jurandir escreveu são impossíveis de ignorar. Publicado em um momento crucial da sociedade brasileira, Primeira Manhã se torna um recorte de uma época, refletindo as tensões culturais e sociais que permeavam o país. Essa perspectiva histórica é uma camada a mais que enriquece a leitura, fazendo com que o leitor se pergunte: como minhas próprias experiências se conectam a estas narrativas que se desenrolam sob a luz branda da manhã?
E o que dizer da habilidade de Jurandir em evocar emoções? Sua escrita é um profundo afloramento da sensibilidade humana, e muitos leitores relatam que a experiência de leitura os levou a um estado de contemplação. O autor, que também foi um defensor dos direitos humanos e um crítico social, através de sua obra, acende um toque no âmago do que significa ser humano em meio a complexidades.
Ao mergulhar nas páginas de Primeira Manhã, você não apenas lê; você sente. O amor e a dor se tornam universais, e as manhãs se tornam metáforas da esperança. Os leitores se perguntam como seria sua própria vida se fossem capazes de observar com os mesmos olhos de Jurandir, se permitindo sentir a alegria e a melancolia em igual medida. ✨️
Não seja pego de surpresa pela beleza devastadora dessa obra. É um lembrete de que a primeira luz do dia pode trazer não apenas clareza, mas também um sombrio reflexo de nossas próprias almas. Ao virar a última página, você se sentirá compelido a revisitar sua própria narrativa cotidiana e, quem sabe, a redescobrir a magia que se esconde nas pequenas coisas ao seu redor.
📖 Primeira Manhã.
✍ by Jurandir, Dalcídio, 1909-1978
2008
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