Prontuário 666. Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão
Samuel Casal
RESENHA

Prontuário 666. Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão não é apenas uma simples coletânea sobre um ícone do cinema de terror brasileiro; é um mergulho visceral no abismo obscuro da mente criativa de um dos personagens mais aterrorizantes que a cultura pop já conheceu. Samuel Casal nos apresenta uma obra que, além de revisitar a trajetória de Zé do Caixão, o homem por trás da máscara de horror, provoca um turbilhão de emoções e reflexões sobre a própria natureza humana e suas sombras.
Neste relato, não se trata apenas da lona de um circo de horrores, mas de um espetáculo genuíno de introspecção e dramatização. A narrativa compila os "anos de cárcere" de Zé do Caixão, revelando não apenas o personagem, mas também o ator José Mojica Marins, que viveu e respirou a figura do "Zé" e que, pela própria sociedade, foi aprisionado em estigmas e rótulos. Aqui, o leitor é confrontado com a realidade de um artista que, durante décadas, se debateu entre o amor pelo cinema e o desprezo da sociedade que lhe era hostil.
Os comentários dos leitores refletem essa dualidade. Para alguns, a obra é um panfleto de horror e genialidade, uma ode à liberdade criativa. Outros, no entanto, acusam a narrativa de ser excessivamente sombria, como se estivesse espremendo cada gota de um limão já seco. Mas é exatamente essa polarização que confere à obra sua força motriz. Ao provocar essas reações extremas, Casal nos obriga a questionar o que é o horror e como ele ressoa em nossas vidas cotidianas.
À medida que avançamos por suas páginas, somos conduzidos a um labirinto de memórias, onde cada esquina revela um novo aspecto do filme e do homem. Os relatos de Marins soam como lamentos e risos ao mesmo tempo, ecoando em nossos corações e mentes. O autor habilmente faz conexões entre a vida de Marins e momentos históricos do Brasil, inserindo essa figura caricatural em um contexto maior de repressão cultural e resistência artística. É um chamado à liberdade em tempos de tirania.
Mas, como tudo que é verdadeiramente perturbador, Prontuário 666 também nos confronta com a fragilidade da condição humana. Ao revisitar os anos de cárcere de um artista, somos levados a refletir sobre nossas próprias prisões. Que máscaras usamos? Em que cárceres nos encontramos aprisionados? Essa reflexão é o verdadeiro terror que hatcha, implacável, em nossos pensamentos.
Por fim, se você ainda não leu Prontuário 666. Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão, não deixe que o medo da escuridão te impeça. Mergulhe nesta obra e descubra que, mesmo nas mais sombrias cavernas da nossa alma, a luz da liberdade pode brilhar intensamente. É uma leitura que não apenas cativa, mas transforma, deixando um rastro indelével na mente e no coração. Essa não é apenas uma viagem ao terror; é um convite à autodescoberta. Você vai se permitir essa jornada? 🌌
📖 Prontuário 666. Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão
✍ by Samuel Casal
🧾 120 páginas
2007
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