Rousseau
A degeneração do homem no progresso civilizatório
José Meramolim Santos
RESENHA

A profunda reflexão sobre o que nos torna humanos e a espinhosa relação que mantemos com o progresso são questões que José Meramolim Santos arrebata com maestria em Rousseau: a degeneração do homem no progresso civilizatório. Neste livro, o autor mergulha nas entranhas da filosofia iluminista, provocando um choque visceral das nossas convicções mais arraigadas sobre a civilização e sua influência sobre a essência do ser humano.
Ao se debruçar sobre os escritos de Rousseau, Santos nos instiga a visualizar as consequências brutais do avanço tecnológico e social. O progresso civilizatório, frequentemente celebrado como um triunfo da humanidade, é colocado sob uma lente crítica que torna impossível ignorar a sua face obscura. Você se vê compelido a questionar se essa "evolução" é, de fato, uma jornada rumo à superioridade ou uma decadência moral que transforma o homem em uma criatura de conveniências, apta a perder sua essência em prol de superficialidades.
Mas não se engane: esta não é uma leitura apenas teórica. Santos adentra o campo da prática, carrega sua análise com exemplos pungentes que transbordam do papel e se instalam na vida cotidiana. O autor não hesita em expor o paradoxo de que mesmo com nossos avanços, muitos de nós ainda somos prisioneiros de vícios e ignorâncias, guiados por uma sociedade que promove padrões de consumo e comportamento muitas vezes distantes da verdadeira felicidade. É uma crítica que não apenas provoca, mas também instiga a ação e a reflexão.
Os leitores, sem dúvida, são atravessados por um turbilhão de opiniões ao final da obra. Alguns se sentem desafiados a reconsiderar suas práticas diárias, enquanto outros acenam com críticas ao autor, questionando o desequilíbrio entre a idealização de uma "natureza pura" e a realidade inegável do mundo moderno. Há uma gama de vozes que reverberam ao redor de Santos: "É uma leitura que ilumina, mas também adoece", afirmam uns; "Uma espinha dorsal da filosofia contemporânea", dizem outros. Essa polarização reflete a relevância incandescente de um autor que não se limita a agradar, mas sim a chacoalhar as estruturas do pensamento.
Ao refletir sobre o que Santos expõe, uma verdade se torna irrefutável: a degeneração do homem em um mundo progressista é uma questão que ecoa de qualquer esquina do planeta. Rousseau, em suas próprias palavras, nos lembra que nossa essência está ligada à natureza; ignorar isso é deixar-se levar pela correnteza do progresso sem questionar a direção. O livro é, então, uma convocação a todos nós para reavaliarmos o que realmente importa em nossas vidas.
Rousseau: a degeneração do homem no progresso civilizatório não é simplesmente uma leitura, é um desvio necessário da narrativa padrão que frequentemente abraçamos sem pensar. Ao término de sua análise, você não encontrará respostas fáceis, mas a certeza é de que sairá revigorado, talvez alarmado, e, acima de tudo, profundamente instigado a buscar uma maneira mais autêntica de existir em uma sociedade repleta de contradições. O verdadeiro progresso, como argumenta Santos, pode residir na redescoberta da genuína humanidade que se esvai a cada passo dado em direção ao macrossistema que sufoca a individualidade.
📖 Rousseau: a degeneração do homem no progresso civilizatório
✍ by José Meramolim Santos
🧾 178 páginas
2016
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