Salsicha, o Cao Covarde
José Aparecido Gonçalves
RESENHA

Você, amante dos livros que transcendem a mera literatura e provocam uma tempestade na alma, prepare-se (oh, mas não vou dizer "prepare-se"). Este é "Salsicha, o Cão Covarde", uma joia de José Aparecido Gonçalves, publicada em 2022, que te desarmará de qualquer indiferença com a força de um furacão emotivo.
🎬 Se atirássemos uma câmera no lar comum de qualquer família, provavelmente encontraríamos uma criança, um caos de brinquedos, e, claro, um cão. Mas, o que se esconde por trás dos olhos ansiosos de um cão covarde? Com apenas 26 páginas de pura intensidade, este conto nos leva para além do véu do mundano, convidando-nos a olhar nos olhos de Salsicha.
Salsicha, um cãozinho que em outros tempos poderia ser herói, é atormentado pelo peso opressor do medo. Um medo que ressoa em cada canto da casa e reverbera na psique dos leitores. O autor, José Aparecido Gonçalves, conhecido por sua escrita crua e visceral, nos entrega uma pilha de emoções condensadas em nuances que vão direto ao coração. Além de ser um belo livro infantil, tem contornos adultos; um olhar inocente que, ao mesmo tempo, questiona nossa coragem.
A competência narrativa de Gonçalves é assombrosa. Ele não poupa esforços para nos colocar ao lado de Salsicha, quase sentindo o cheiro de seu pelo encolhido pelo medo ou o som trêmulo de seu coração no compasso da fuga. Se esse cão convoca a mente da pureza infantil, o texto do próprio autor grita para o adulto em nós, arrancando reflexões sobre nossas próprias covardias.
Você está prestes a mergulhar num universo onde o cachorro, frequentemente visto como um símbolo de bravura e fidelidade, é apresentado como vessel das mais humanas fraquezas. Cada interação com o mundo exterior é um prego a mais na cruz imaginária que Salsicha carrega. Mas não despreze a simplicidade desta obra por seu tamanho; como uma folha caída de um plátano na tempestade, "Salsicha, o Cão Covarde" ondula com uma leveza carregada de significados devastadores.
"Eu li e não esperava chorar tanto...", desabafa um leitor nas redes sociais. Mergule nas resenhas, e o que você encontrará são mares de lágrimas e sorrisos nervosos. É essa dualidade que faz de "Salsicha, o Cão Covarde" um pedaço único de literatura. A experiência parece mais terapêutica que literária: uma jornada simultaneous de introspecção e solidariedade canina que te obrigará a enfrentar suas próprias vulnerabilidades. 🔍💥
Então, será que também temos um pouco de Salsicha dentro de nós? É uma ousadia pensar assim, mas Gonçalves dá vida à ideia com uma destreza que não conseguimos ignorar. Suas palavras são como pinceladas de Van Gogh em "Noite Estrelada" - turbulentas, carregadas e, acima de tudo, impossíveis de esquecer.
Ao fechar essas 26 páginas, você nunca mais olhará um cão com os mesmos olhos. E talvez, com sorte, não olhará mais para si mesmo da mesma maneira. Porque é isso que uma obra transformativa faz: ela desmantela sua percepção, desconstroi suas crenças e te reconstrói com uma nova sensibilidade.
"Salsicha, o Cão Covarde" não é apenas uma leitura; é um mergulho nas profundezas mais autênticas do ser. E você, leitor inquieto, não desejará outro destino após essa viagem: a pulsação do medo, a doçura da esperança e a redenção inevitável. 📖✨️
📖 Salsicha, o Cao Covarde
✍ by José Aparecido Gonçalves
🧾 26 páginas
2022
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