Selvagens Bebedeiras
Álcool, Embriaguez e Contatos Culturais no Brasil Colonial (séculos XVI - XVII)
João Azevedo Fernandes
RESENHA

Na dança frenética entre a embriaguez e a cultura, Selvagens Bebedeiras: álcool, embriaguez e contatos culturais no Brasil Colonial (séculos XVI - XVII) de João Azevedo Fernandes se revela um convite à reflexão profunda sobre como a história é moldada pelos excessos e pelas tradições. Ao explorar o papel do álcool na sociedade colonial brasileira, o autor não apenas narra o que ocorre nos porões das tavernas, mas também expõe a essência da vida das pessoas que habitaram esse Brasil em ebulição. 🥴
A obra é um verdadeiro mergulho no contexto histórico, onde o álcool transcende sua mera função social e se torna um vetor de troca cultural. Fernandes nos presenteia com uma análise vibrante dos encontros entre índios, europeus e africanos. É um ciclo vicioso de celebrações e tragédias, uma tapeçaria rica onde cada fio representa uma história de vida. O leitor é transportado para um tempo em que as bebidas não eram meramente consumidas, mas, de fato, encarnavam o espírito de um povo em busca de identidade e pertencimento.
Os relatos de bebedeiras se entrelaçam com os impactos sociais e econômicos desse vício. O álcool, longe de ser visto como simples um elemento festivo, é desnudado em suas consequências devastadoras, como a alienação, a perda da cultura e a desintegração de laços comunitários. Cada gole é um estrondo que reverbera através do tempo, uma lembrança de que o prazer pode vir acompanhado de desgraças e desilusões.
Os leitores que se aprofundam na obra de Fernandes expressam uma gama de emoções. As opiniões são polarizadas: muitos aplaudem a coragem do autor em abordar o tema sob uma nova perspectiva, enquanto outros criticam a ênfase excessiva nas derivas do vício. No entanto, é inegável que o texto provoca um choque de realidades, uma avaliação crua da relação do brasileiro com o álcool que ressoa até os dias atuais. 🍻
Essa não é uma leitura para os fracos de coração. Aqui, a embriaguez é uma metáfora poderosa para a busca insaciável por liberdade, mas também para o desencanto e a autodestruição. Azevedo Fernandes nos leva a questionar: até onde o prazer pode ser tolerado antes de se tornar uma prisão? As páginas de Selvagens Bebedeiras são um espelho que reflete não apenas a história de um país, mas as sombras da humanidade.
Em tempos de crise, beber se torna um escape, um anestésico emocional. Fernandes, com sua prosa intensa e provocativa, nos desafia a encarar essa realidade sem artifícios. Ele provoca uma revolução interna, que nos faz perceber que a história do álcool no Brasil colonial ecoa nas tabernas e botecos do presente. Não podemos ignorar o que outrora foi um ciclo de alegria e dor, pois somos herdeiros não apenas da cultura, mas dos vícios que nela se infiltraram.
Então, se você deseja explorar mais do que histórias de embriaguez e desespero, mas também um insight profundo sobre a cultura brasileira e suas contradições, Selvagens Bebedeiras é uma leitura imperdível. Cada página te aguarda como uma taça cheia de revelações. 🍷✨️
📖 Selvagens Bebedeiras: álcool, Embriaguez e Contatos Culturais no Brasil Colonial (séculos XVI - XVII)
✍ by João Azevedo Fernandes
🧾 240 páginas
2011
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