Sempre vivemos no castelo (Nova edição)
Shirley Jackson
RESENHA

Na sombria e fascinante obra Sempre vivemos no castelo, Shirley Jackson mergulha o leitor em uma atmosfera de mistério e tensão que permeia a vida das irmãs Blackwood, Mary Catherine e Constance. Este não é apenas um relato sobre um castelo isolado, mas uma exploração profunda da psique humana, que toca em temas de alienação, preconceito e os limites entre amor e loucura. Ao folhear essas páginas, você não apenas testemunha a história, mas se vê emaranhado na teia de segredos e estranhezas que quase sussurram em seus ouvidos.
Jackson, reconhecida por suas obras brilhantes e perturbadoras, nos entrega, nesta narrativa, um jogo de palavras e emoções que cativa e inquieta. Aqui, as irmãs vivem reclusas em um mundo que as considera monstros - uma ironia, já que o verdadeiro monstro parece estar na sociedade que as rejeita. A atmosfera de opressão social e culpa paira no ar, quase palpável, enquanto você é arrastado para os horrores do passado da família Blackwood.
Os comentários dos leitores frequentemente ressaltam o poder da narrativa de Jackson em evocar emoções complexas. Uns se encantam com a prosa lírica e as descrições vívidas, enquanto outros se sentem traídos pela falta de uma conclusão clara, clamando por uma resolução que parece estar sempre à beira, mas nunca chega. Essa dualidade reflete perfeitamente o jogo psicológico que a autora orquestra, posicionando você como um espectador tanto fascinado quanto aterrorizado.
As críticas mais contundentes abordam a maneira como Jackson examina a natureza humana em sua forma mais crua. A história se desenrola, revelando revelações surpreendentes sobre os relacionamentos entre os personagens. A relação dependente entre Constance e Mary Catherine é uma dança delicada entre amor e escravidão emocional. Você se vê torcendo para elas, mesmo enquanto o peso do passado se torna quase insuportável.
Contextualmente, a obra emergiu da mente de uma escritora que, em seus próprios dias, navegava por um mundo repleto de estigmas e pressões sociais. Nos anos 1960, quando a obra foi originalmente publicada, Shirley Jackson capturou a essência das tensões sociais em uma América que estava se transformando, refletindo e antecipando muitas das disfunções que ainda perduram na sociedade contemporânea. A sensação de exclusão e o medo do desconhecido reverberam através das gerações e continuam a ressoar nos corações dos leitores modernos.
Ao se deparar com Sempre vivemos no castelo, você se depara com um convite para dissociar-se da banalidade da vida cotidiana e mergulhar em um mundo onde nada é o que parece. E quando você finalmente se despede das irmãs Blackwood, uma certeza se estabelece: a história delas permanecerá com você, não como um eco distante, mas como uma sombra que caminha ao seu lado. Afinal, somos todos moradores de nossos próprios castelos, guardiões de segredos e medos que, por mais que queiramos, nunca poderemos deixar de lado.
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📖 Sempre vivemos no castelo (Nova edição)
✍ by Shirley Jackson
🧾 176 páginas
2022
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