Senhores de terra, senhores de guerra
Sociologia histórica do patronato estancieiro do Rio Grande do Sul (1920-2019).
Marcos Botton Piccin
RESENHA

Senhores de terra, senhores de guerra: Sociologia histórica do patronato estancieiro do Rio Grande do Sul (1920-2019) não é apenas uma leitura; é um convite a uma reflexão profunda sobre o poder, a terra e as relações sociais que moldaram um dos rincões mais emblemáticos do Brasil. Marcos Botton Piccin nos brindou com uma obra que, ao mesmo tempo, é um tratado de sociologia histórica e um manifesto sobre as relações de classe que ainda ecoam em nossa sociedade.
Navegando pelas páginas desta obra, somos imersos em uma história de dominação e resistência, onde os estancieiros se erguem como verdadeiros titãs da terra, disputando não apenas o solo fértil, mas também o controle social e econômico de uma região que carrega cicatrizes de conflitos e desigualdades. O autor nos propõe uma análise minuciosa que desmonta a narrativa simplista que muitas vezes é veiculada sobre o agronegócio e suas complexidades.
Ao longo dos 374 páginas, Piccin revela os meandros do patronato estancieiro, aquele grupo que, desde o início do século XX, não apenas cultivou a terra, mas também influenciou políticas, moldou tradições e, por que não dizer, orquestrou guerras de poder. O intrigante é que, mesmo em meio ao sangue e à lama, a luta pela vida e pela terra se entrelaça com o desejo por justiça e igualdade social.
Os comentários dos leitores, por sua vez, não poupam elogios e críticas. Muitos destacam a relevância da obra em tempos de polarização, chamando a atenção para a importância de revisitar as raízes da nossa história para compreendê-la de maneira mais ampliada. Contudo, alguns apontam que o texto pode se perder em detalhes que mais parecem uma aula de história do que uma narrativa acessível. O que é absolutamente compreensível, dada a profundidade da pesquisa.
A combinação de uma linguagem rica e um conteúdo meticulosamente embasado faz de Senhores de terra, senhores de guerra uma leitura indispensável para quem deseja entender as intricadas relações de poder que moldaram e ainda moldam o Brasil. Piccin não apenas narra a história; ele nos obriga a sentir, a pensar, e, acima de tudo, a questionar. É quase como um espelho que reflete nossas próprias verdades e hipocrisias.
Em um momento onde o Brasil se debate entre passado e futuro, a obra é um farol que ilumina os caminhos da luta social e da vontade de transformação. Cada página nos fascina e nos atormenta, gerando um desejo insaciável de procurar a verdade por trás das versões oficiais. Ao ler, você pode sentir o cheiro da terra, o peso da história e a urgência de um amanhã mais justo. Não é apenas um livro; é um manifesto revolucionário que ressoa com força em um tempo em que a discussão sobre desigualdade social nunca foi tão necessária.
📖 Senhores de terra, senhores de guerra: Sociologia histórica do patronato estancieiro do Rio Grande do Sul (1920-2019).
✍ by Marcos Botton Piccin
🧾 374 páginas
2021
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