Sermaõ Nas Exequias Del Rey Fidelissimo D. Joaõ V. Que o Senado da Camera da Cidade do Rio de Janeiro Fez Celebrar, na Sé da Mesma Cidade, em 12 de Fevereiro de 1751 (Classic Reprint)

Matheus da Encarnação Pina

No cerne das tradições culturais do Brasil colonial, Sermaõ Nas Exequias Del Rey Fidelissimo D. Joaõ V. é uma obra que não apenas evoca um momento de luto, mas também reverbera questões profundas sobre identidade e pertencimento. Ao abrir suas páginas, somos transportados para o 12 de fevereiro de 1751, data em que a cidade do Rio de Janeiro se despedia de seu monarca, D. João V, em uma cerimônia grandiosa na Sé da cidade. Este sermão, elaborado por Matheus da Encarnação Pina, se revela uma potente reflexão sobre a natureza humana, a morte e a cadena de obrigações que um governante carrega sobre os ombros.

O autor, um clérigo que flertou com as ideias iluministas, apresenta um estilo ornado, típico do Barroco, que conflui fé e política, costurando uma narrativa que não é apenas sobre um rei, mas sobre a nação que ele deixou. É fascinante perceber como Pina, ao refletir sobre o legado de D. João V, também expõe as tensões sociais e políticas de uma sociedade que se buscava organizar em torno de um ideal monárquico. A maneira como o autor articula as palavras provoca um choque no leitor; não se trata somente da morte do rei, mas de um momento que ecoa até os dias de hoje, onde figuras de autoridade enfrentam a complexa dança da adoração e do repúdio.

Os leitores contemporâneos que se debruçam sobre esta obra frequentemente expressam uma mistura de admiração e estranhamento. Alguns se encantam com a beleza da prosa, enquanto outros sentem dificuldade para conectar-se com as metáforas pesadas de uma época distante. Os mais críticos não hesitam em apontar a obscuridade do discurso, ressaltando que, em alguns trechos, a opulência vocabular pode obscurecer a mensagem central. Contudo, é justamente essa complexa camada de significados que torna o sermão tão atrativo para estudiosos da literatura e da história, que perscrutam cada linha à procura de revelaões sobre o passado influente que moldou o Brasil.

Ao explorar a complexidade do luto, a obra de Pina nos confronta com questões atemporais: a fragilidade da vida, a importância do legado e a construção da identidade coletiva. Em um mundo marcado por transições rápidas e incertezas, as palavras do autor ecoam como um chamado à reflexão acerca de quem somos e o que herdamos dos que nos precederam.

Desse modo, Sermaõ Nas Exequias Del Rey Fidelissimo D. Joaõ V. é mais do que um registro histórico; é um manifesto que se impõe à sua época e à que se seguiu, um convite a contemplar a própria trajetória como nação. Aqueles que se aventuram por suas páginas não encontram apenas a litania de um despedia, mas sim a fonte de uma profunda introspecção sobre nossa história, nossa política e a maneira como nos conectamos com o nosso passado. ✨️

Se a cultura morre com o silêncio, aqui, neste sermão, ela vive em cada elo que une passado e presente, nos ensinando a olhar não apenas para o que foi perdido, mas para os ecos daquele luto que ainda reverberam em nossa sociedade.

📖 Sermaõ Nas Exequias Del Rey Fidelissimo D. Joaõ V. Que o Senado da Camera da Cidade do Rio de Janeiro Fez Celebrar, na Sé da Mesma Cidade, em 12 de Fevereiro de 1751 (Classic Reprint)

✍ by Matheus da Encarnação Pina

🧾 80 páginas

2018

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