Sexta-feira ou os limbos do Pacífico (Ed. Bolso)
Michel Tournier
RESENHA

A obra Sexta-feira ou os limbos do Pacífico, de Michel Tournier, é um convite irresistível a uma jornada épica que transcende meras páginas. É um mergulho profundo nas águas turbulentas do ser humano, uma reflexão sobre solidão e resiliência sob a forma de uma das mais icônicas narrativas do clássico "Robinson Crusoé". 🌊
Tournier, com sua prosa poética e envolvente, constrói uma nova perspectiva sobre a famosa fábula de Defoe, repleta de simbolismos que tornam a história não apenas uma aventura insular, mas uma meditação sobre a condição humana. O autor nos apresenta Sexta-feira não apenas como um personagem, mas como a própria essência da liberdade e da alteridade. Em um mundo onde as imposições sociais sufocam nossa individualidade, a relação entre Sexta-feira e Crusoé provoca um turbilhão de emoções, levando-nos a questionar: quem somos quando não há mais ninguém nos observando?
Entre as páginas, os ecos do existencialismo e da filosofia moderna ressoam. A luta de Crusoé por sobrevivência e a submissão inicial de Sexta-feira à sua figura paterna e autoritária refletem temas universais sobre poder e dependência. Essa dualidade, desencadeada em um cenário isolado, ressoa profundamente com os dilemas da sociedade contemporânea, onde as relações humanas muitas vezes se embasam em hierarquias e obrigações. É um verdadeiro jogo de espelhos onde o leitor se vê refletido em suas inseguranças, desejos e aspirações. 😰
Os leitores que se aventuraram nesta obra não se contiveram em elogios, ressaltando como a intensidade emocional flui como uma correnteza. O Livro provoca risos, lágrimas, revolta e, acima de tudo, uma sensação inquietante de pertencimento, mesmo em meio ao abandono. "A maneira como Tournier dá vida a Sexta-feira é genial!", escreveu um leitor empolgado, enquanto outros ressaltaram a importância de compreender a história sob uma nova luz, um "alto-falante" daquela luta interna que todos enfrentamos.
Entretanto, as críticas também surgem, lamentando certos momentos longos e reflexivos em que a narrativa se torna um tanto arrastada. Mas a verdadeira beleza da obra está em sua capacidade de fazer o leitor parar, refletir e, quem sabe, encontrar um caminho entre seus próprios limbos pessoais. 💭
O contexto em que Tournier escreveu essa obra, nos anos 1970, durante uma onda de questionamentos sobre colonialismo e liberdade, não pode ser ignorado. A figura de Sexta-feira emerge como um símbolo da resistência e da busca por voz em tempos de silêncio imposto. O leitor é convidado a se sentir um agente da história, questionando sua própria condição de "naufrago" na vida moderna.
Sexta-feira ou os limbos do Pacífico não é uma simples leitura; é um chamado à reflexão sobre a liberdade, o pertencimento, e a essência do ser humano. Cada página é um convite a nos despirmos das armaduras sociais e mergulharmos nas profundezas do nosso ser, desafiar as normas e, quem sabe, encontrar a verdadeira liberdade em um mundo que constantemente busca nos aprisionar. 🗝 Não perca a chance de vivenciar essa odisséia emocional!
📖 Sexta-feira ou os limbos do Pacífico (Ed. Bolso)
✍ by Michel Tournier
🧾 256 páginas
2014
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