Somos surdos! Por que nos avaliam como ouvintes?
Paulo Berwanger Ruschel; Lúcio Fernandes Ferreira
RESENHA

Somos surdos! Por que nos avaliam como ouvintes? é uma provocação audaciosa e necessária sobre a maneira como a sociedade entende e avalia a surdez. Com um olhar atento e crítico, Paulo Berwanger Ruschel e Lúcio Fernandes Ferreira desnudam os estigmas que cercam a comunidade surda, explorando a desconexão entranhada entre as expectativas de um mundo sonoro e a realidade vivida por quem não ouve.
A obra, que se apresenta como um grito de resistência, não se limita a discutir dados e estatísticas. Os autores nos conduzem por um labirinto de emoções, reflexões e, principalmente, uma ressignificação do que significa ser surdo. Ao subverter a lógica de uma avaliação meramente auditiva, eles expõem a necessidade de se enxergar a surdez não como uma falta, mas como uma forma de ser. Aqui, cada palavra é um choque, cada passagem um convite à reflexão sobre como construímos nossas identidades e nossos preconceitos.
O tom provocador ressoa com a voz de quem vive essa realidade. Ao longo das páginas, Ruschel e Ferreira não apenas trazem dados sobre a surdez; eles nos mostram o que esses dados significam na vida de uma pessoa. Com uma narrativa envolvente, a dupla revela como as concepções errôneas e a falta de inclusão se entrelaçam na tapeçaria social, transformando o cotidiano dos surdos em uma batalha constante por reconhecimento e respeito.
Leitores que buscam um entendimento mais profundo sobre a inclusão social e a diversidade encontrarão neste livro uma fonte inestimável de insights. É mais do que uma leitura; é um chamado à ação, à empatia e à mudança de mentalidade. Os comentários e opiniões dos leitores variam, mas a maioria ressalta a relevância do tema e a urgência de um olhar mais atento sobre as dificuldades enfrentadas por pessoas surdas, destacando que, mesmo quando o assunto é incômodo, é preciso enfrentá-lo.
Alguns, porém, criticam a obra por um excesso de teoria e falta de vivência pessoal; talvez uma expectativa de que os autores trouxessem mais histórias individuais, que humanizassem ainda mais as estatísticas. Mas, refletindo, essa crítica pode ser um eco da necessidade de um diálogo mais amplo, onde as vozes surdas sejam escutadas e respeitadas. Afinal, quantos de nós já pensamos mais de uma vez sobre o que significa realmente ouvir? E se a verdadeira surdez não for a incapacidade de escutar sons, mas sim a incapacidade de compreender experiências diferentes da nossa?
Em tempos onde a diversidade é uma palavra de ordem, Somos surdos! Por que nos avaliam como ouvintes? se destaca como um farol de esperança e transformação social. Os autores não pedem apenas que você leia; eles imploram que você sinta e, acima de tudo, que transforme sua perspectiva sobre o mundo. É um livro que ressoa no coração e na mente, e que, se você não ler, certamente perderá uma oportunidade preciosa de entender a riqueza da experiência humana. Que tal empreender essa jornada e se tornar parte da mudança?
📖 Somos surdos! Por que nos avaliam como ouvintes?
✍ by Paulo Berwanger Ruschel; Lúcio Fernandes Ferreira
🧾 126 páginas
2021
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