Temos a Burra nas Couves
Filipa Piteira; Ilustração: Ana Prazeres
RESENHA

Em Temos a Burra nas Couves, Filipa Piteira traz à tona uma obra que provoca risos, reflexões e, quem sabe, um toque de nostalgia. A autora, que transita entre a literatura infantojuvenil e a crítica social, coloca em cena uma história aparentemente singela, mas que reverbera em camadas profundas. Com as ilustrações vibrantes de Ana Prazeres, a narrativa ganha vida de uma forma que nos convida a embarcar em um universo encantador, repleto de personagens muito mais complexos do que suas descrições iniciais deixam transparecer.
Logo nas primeiras páginas, a burra se torna símbolo de resistência e identidade, uma metáfora de desafios enfrentados e superados. Você não consegue parar de rir ao acompanhar suas peripécias, e essa comédia leve esconde verdades doloridas sobre as relações humanas e a sociedade em que vivemos. O humor se entrelaça com momentos de pura reflexão, criando um efeito de montanha-russa emocional que pouquíssimos conseguiriam capturar.
Os leitores têm reagido de forma apaixonada a essa obra. Críticas apontam que a simplicidade é, na verdade, uma estratégia brilhante que revela a profundidade dos dilemas que a burra e os personagens enfrentam. Há quem diga que as aventuras da burra ressoam com suas próprias vivências, evocando emoções de identificação e empatia. Outros, no entanto, questionam se essa abordagem lúdica poderá realmente impactar o público mais jovem, levando a uma discussão pertinente sobre a função da literatura e do humor na formação do caráter.
Nestes tempos em que a realidade parece cada vez mais dura e desarticulada, obras como a de Piteira se mostra essencial. Elas nos lembram que, mesmo em meio ao caos, é possível encontrar luz e risos, ressignificando as dificuldades com um toque de leveza. A arte de contar histórias, nesse caso, não se resume a um mero entretenimento, mas se transforma em um potente veículo de transformação social. A burra nas couves, nesse sentido, é um grito de liberdade e autenticidade.
À medida que você se aprofunda na narrativa, prepara-se para um desfecho que não apenas surpreenderá, mas também deixará uma marca indelével em sua memória. O desfecho é uma explosão de emoções que te estimulará a revisitar não apenas a obra, mas também suas próprias vivências e a maneira como você enxerga o mundo ao seu redor. Ao final, a pergunta que ecoará em sua mente será: quem é você, se não a soma de suas escolhas e histórias?
O que Filipa Piteira nos entrega não é apenas uma história sobre uma burra; é um convite à introspecção, ao riso e à solidariedade, instrumentos poderosos que podem moldar nossos futuros. Se você ainda não se deixou conquistar por essa narrativa, o momento é agora. O risco de perder-se nas reflexões que a burra proporciona é um convite que poucos conseguirão resistir. Afinal, é chegada a hora de saber: a burra realmente está nas couves, mas onde estão você e suas histórias? 🐴✨️
📖 Temos a Burra nas Couves
✍ by Filipa Piteira; Ilustração: Ana Prazeres
2021
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