Tempo de Delicadeza
Affonso Romano de Sant'Anna
RESENHA

A suavidade das palavras de Affonso Romano de Sant'Anna em Tempo de Delicadeza é como um sopro morno num dia frio, um convite irrecusável a um mergulho interior profundo. Neste livro, o autor desvenda uma galeria de emoções - um verdadeiro mosaico das experiências humanas que, ao toque da sua caneta, se transforma em arte. Sabe aquele momento em que a vida parece abrir uma porta e você se vê diante de um universo que sempre esteve ali, mas que nunca havia notado? É assim que este livro toca a alma.
São 158 páginas que tecem reflexões sobre a fragilidade da vida e a beleza das pequenas coisas. Sant'Anna não apenas narra; ele provoca. As suas palavras dançam entre a poesia e a prosa, levando o leitor a um estado alterado de consciência - aquele que te faz sentir cada letra como se fosse uma batida do coração. O autor nos ensina, através de suas rimas sutis e imagens potentes, que a delicadeza pode ser uma forma de resistência e contribuição para um mundo que, frequentemente, se esquece da sua própria ternura.
Em um contexto onde a brutalidade do cotidiano tende a se sobrepor, Sant'Anna nos apresenta a arte de valorizar o que é simples, mas extraordinário. O que dizer de seus versos que falam sobre a beleza do amor, da amizade e até mesmo da solidão? Cada passagem provoca um espelho. O leitor é chamado a confrontar a sua própria história, a sua fragilidade e a sua força. Os comentários de leitores por aí revelam o poder desse chamado: muitos afirmam que o livro é um reduto de resistência emocional - uma fita que une pessoas que se sentem solitárias, mas que no fundo pertencem ao coletivo da humanidade.
Ao longo das páginas, percebe-se a construção de uma sensibilidade que não se limita a palavras soltas, mas que se agarra à profundidade do sentimento. Sentimentos que, muitas vezes, são silenciados pela pressa das nossas vidas modernas. As críticas que surgem não negam a eloquência da forma, mas alguns leitores se perguntam se a leveza das palavras consegue resgatar a gravidade das realidades que enfrentamos. Isso é parte do encanto. As opiniões variam - uns se rendem ao título do amor com a palavra delicadeza; outros duvidam da efetividade diante da dureza do mundo. E é nessa tensão que reside a força da obra.
O autor, com sua trajetória marcada pela defesa da poesia e da sensibilidade, continua a desafiar o leitor a ver além da superfície. O momento em que foi escrito - em um Brasil que convivia com mudanças sociais e culturais radicais - faz com que a obra se torne ainda mais relevante. Lembrando de que é preciso ter coragem para observar a vida com um olhar terno, Sant'Anna nos convida a viver a delicadeza como um ato de resistência. É um grito pela humanidade que se apaga em meio ao barulho.
Ao fechar Tempo de Delicadeza, o leitor não tem apenas um livro em mãos, mas a certeza de que cada pequeno gesto e sentimento têm seu valor intrínseco. 🌟 Portanto, não deixe que as durezas do mundo ofusquem a beleza que reside na delicadeza. Afinal, este livro não é apenas uma leitura passageira; é um lembrete do poder transformador da suavidade em tempos de rigidez. Você, que está aqui, pode se permitir sentir. A delicadeza está à sua porta. Abra-a.
📖 Tempo de Delicadeza
✍ by Affonso Romano de Sant'Anna
🧾 158 páginas
2007
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