Trezentos parafusos a menos
Ricardo Azevedo
RESENHA

Trezentos parafusos a menos não é apenas um livro; é uma jornada insana por um universo que desafia convencionalismos e provoca risos guturais. Assinado por Ricardo Azevedo, essa obra desafia a gravidade com um humor ácido, enquanto nos leva a uma reflexão profunda sobre o absurdo da vida e a fragilidade da condição humana. Em suas páginas, somos convidados a explorar a mente de um protagonista que, armando-se com um arsenal de non-sense, questiona o que é realmente importante - tudo isso com uma leveza que poderia ser confundida com uma dança no fio da navalha.
Azevedo, conhecido por sua capacidade de entrelaçar fantasia e sabedoria, entrega aos leitores um enredo recheado de metáforas que dançam como folhas ao vento. Cada "parafuso a menos" é uma provocação, uma chamada à ação para que você desmonte suas próprias certezas. Você sente a adrenalina percorrer suas veias ao se deparar com situações absurdas e diálogos que muitas vezes beiram a loucura. É uma leitura que não apenas entretém, mas também faz você questionar seus próprios parafusos: são todos necessários?
O que agrada e irrita em Trezentos parafusos a menos é a forma como Azevedo brinca com a linguagem. Ele tece palavras que encantam e chocam, fazendo com que você se sinta parte de um espetáculo circense. Leitores mais conservadores podem se sentir perdidos, a serem confrontados com uma realidade tão fora do normal. As opiniões são polarizadas: há quem ame essa ousadia e quem queira gritar para que o autor "volte ao chão". Mas não é isso que Azevedo se propõe. Ele nos chama ao jogo, nos instiga à reflexão e, com isso, provoca uma revolução na maneira como consumimos literatura.
E que tal refletir sobre o contexto em que essa obra foi escrita? Lançada em 2013, num Brasil em constante transformação e polarização, Trezentos parafusos a menos se insere num cenário de efervescência cultural. O autor capta a essência de um tempo que questionava seus próprios pilares, e isso se reflete em seus personagens caricatos e em situações caricaturais que servem tanto à crítica quanto ao riso. Os ecos de um Brasil em luta por identidade estão presentes em cada página, tornando a leitura mais rica e mais profunda que uma simples sequência de palavras.
É inegável: Ricardo Azevedo é um maestro da escrita, e este livro é sua sinfonia mais ousada. Ao final da leitura, é difícil não sentir que alguns parafusos podem ter realmente se soltado. O que fica é o convite para uma dança entre o sério e o absurdo, entre a crítica e a afetuosidade, que faz do leitor um protagonista em sua própria história. A obra é um chamado para ficarmos alertas e enxergarmos o que está além do que é visto à primeira vista.
Se você ainda não se deixou abraçar por Trezentos parafusos a menos, não fique de fora dessa experiência que promete mudar sua maneira de ver o mundo e, quem sabe, até a sua própria relação com os tais "parafusos". A vida é curta demais para não rir dela!
📖 Trezentos parafusos a menos
✍ by Ricardo Azevedo
🧾 144 páginas
2013
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