Triste fim de Policarpo Quaresma
Lima Barreto
RESENHA

Triste fim de Policarpo Quaresma não é apenas uma obra de Lima Barreto; é um grito ensurdecedor que ressoa no coração do Brasil. Publicada em um contexto sociopolítico turbulento - no início do século XX - essa narrativa não é somente a história de um homem, mas uma reflexão profunda sobre um país que, até hoje, luta contra a própria identidade.
Policarpo é um brasileiro apaixonado, um patriota fervoroso que se vê diante da desilusão e da tragédia. O seu desejo de ver o Brasil próspero e respeitado o leva a confrontos incessantes com a hipocrisia da sociedade e a indiferença das autoridades. A forma como Barreto desenha esse personagem é uma verdadeira obra-prima da literatura nacional - um verdadeiro anti-herói que caminha por entre os anseios de um povo à espera de mudanças, mas que acaba se tornando uma vítima de seus próprios ideais.
Ao refletirmos sobre a obra, é impossível não pensar na vida do autor. Lima Barreto, um negro em uma sociedade elitista e racista, também buscou um espaço para si e para suas ideias. Ele experimentou, em carne própria, as injustiças que critica em sua literatura. Isso torna o diálogo entre autor e personagem ainda mais intenso e visceral. O leitor é levado a sentir a luta de Policarpo como se fosse a própria luta do autor.
Os comentários dos leitores são um campo fértil de emoções. Muitos se vêem refletidos nas angústias e desejos de Policarpo, enquanto outros levantam a voz contra a pessimista visão do autor. "A obra é um tapa na cara de quem deseja ignorar a realidade", diz um leitor, enquanto outro argumenta que "a tragédia de Policarpo é um convite à esperança". Essa dualidade de opiniões é um testemunho do poder inquietante da escrita de Barreto.
A crítica social que permeia "Triste fim de Policarpo Quaresma" não se limita ao seu tempo. O livro ressoa em realidades contemporâneas, onde os desejos de um povo frequentemente se chocam com a corrupção e a falta de empatia. É difícil não sentir um frio na espinha ao perceber que, em muitos aspectos, a luta de Policarpo se assemelha à luta dos brasileiros modernos por justiça e igualdade.
Barreto não apenas critica a sociedade; ele desafia o leitor a se questionar. Ao narrar o trágico destino de Policarpo, ele nos obriga a refletir sobre o que estamos dispostos a fazer em prol de nossos sonhos. Estamos dispostos a lutar, mesmo que isso signifique sacrificar tudo? Essa provocação ecoa como um rugido: você quer um país melhor ou prefere se acomodar?
A narrativa de Lima Barreto é um convite irresistível. Cada página é um tapa, cada parágrafo uma bofetada na complacência do leitor. E é essa combinação de traumas, esperanças e questionamentos que torna Triste fim de Policarpo Quaresma uma leitura obrigatória, um verdadeiro cânone que não pode ser ignorado. Você não poderá deixar de sentir a urgência dessa obra, que, de tão poderosa, pode muito bem transformar a maneira como você vê seu próprio país e o seu papel dentro dele.
O que você está esperando? A história de Policarpo está à sua porta, pronta para se tornar parte de sua própria jornada. Não deixe o eco desse grito morrer em silêncio.
📖 Triste fim de Policarpo Quaresma
✍ by Lima Barreto
🧾 314 páginas
2022
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