Um dia ainda vamos rir de tudo isso
Ruth Manus
RESENHA

Você já parou para refletir sobre a ironia intrínseca da vida, onde as crises mais avassaladoras se transformam, com o tempo, em histórias engraçadas para contar? É exatamente essa alquimia do cotidiano que Ruth Manus, mestre da observação arguta e do humor refinado, captura em "Um dia ainda vamos rir de tudo isso".
Imagine a sensatez de uma amiga com quem você pode desabafar sem filtros - esta é a essência das crônicas que compõem este livro. Ruth Manus, com sua caneta pontiaguda e coração generoso, nos leva a enxergar o mundo com olhos sinceros, revelando o hilariante, o doloroso e o sublime em cada pequena derrota e vitória da vida. Ela não poupa nada nem ninguém, muito menos a si mesma. No decorrer das linhas, encontramos reflexões sobre a vida adulta, dilemas familiares, desastres amorosos e a resiliente tentativa de encontrar uma razão em meio ao caos.
A obra é um bálsamo para todos aqueles que já viveram momentos em que a vida parece ter humor negro. Ela faz com que se perceba como, numa irônica reviravolta do destino, até os piores dias podem virar causos irresistíveis. É impossível passar pelas páginas sem sentir uma identificação dolorosamente engraçada, deixando escapar risos altos ou, pelo menos, sorrisos furtivos ao relembraremos nossas próprias peripécias e situações inusitadas.
O enredo se desenrola com crônicas leves, velozes, mas profundamente tocantes. Você verá sua fria manhã de segunda-feira transformada em uma sequência de risadas e reflexões, enquanto as palavras de Manus servem como uma lente de aumento nasal comparetriz sobre nossos melindres diários. Ao final, é quase certo que você terá mudado sua percepção sobre os dramas existenciais que antes lhe pareciam monstruosos.
Ruth Manus converge o talento para a crítica social e a sta realidade virada do avesso, tudo isso sem jamais perder a ternura que nos salva do cinismo total. Seus escritos são repletos de empatia e aquela sagacidade que apenas os verdadeiros observadores da alma adquiriram. Talvez, ao ler um "Quem nunca?", você se perceba solitariamente entendido, como se a autora tivesse zombado docilmente da sua própria mente.
Leitores fervorosos destacam como Manifesto Manus transforma lições de vida em momentos arrebatadores e cômicos, evocando riso e choro quase simultaneamente. Alguns criticam a leveza das crônicas, argumentando que a superficialidade é evidente em comparação a um romance mais denso. Mas é justamente na simplicidade que a obra conquista, capturando instantes maquiavélicos do dia-a-dia com maestria, como se Manus fosse a documentarista do teatro da vida. 🌪
Prepare-se, porque o pavor da incerteza transformado em risada pegadora que "Um dia ainda vamos rir de tudo isso" provoca, é impermeável ao tempo e à adversidade. Ruth traça o fôlego-gargalhada que tem a estranha habilidade de acalmar piratas emocionais, conectando nossa alma à inevitabilidade... de rir ⚡️ mesmo quando o chão parece faltar. E sim, talvez, eventualmente, seja você, quinze anos depois, quem suspirará melancolicamente com memórias de tempos aparentemente catastróficos, agora dignas de riso reconfortante. Façamos isso, rindo antes mesmo que se torne necessário.
📖 Um dia ainda vamos rir de tudo isso
✍ by Ruth Manus
🧾 256 páginas
2018
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