URUBU CAPENGA DO ZÉ DA TONHA CONVERSA NO BOTEQUIM
J Belfort
RESENHA

No interior do Brasil, onde a prosa e o coração batem em uníssono, surge um livro que flutua com a leveza de um urubu em busca de um bocado. Urubu Capenga do Zé da Tonha Conversa no Botequim é um convite ao riso, à reflexão e, principalmente, à conversa descontraída que só um bom botequim pode proporcionar. O autor, J Belfort, nos leva a um mundo onde o cotidiano é um palco, e as figuras caricatas se revelam em um espetáculo irresistível.
Com apenas 57 páginas, a obra é um microcosmo feito de histórias que ferem como uma farpa mas fazem rir como uma piada de botequim. Belfort habilmente entrelaça personagens que poderiam muito bem sair da moldura e nos esbarrar nas calçadas da cidade, pessoas que trazem a crueza da vida rural e urbana, e que se tornam um espelho do que somos e do que desprezamos.
Ao abrir o livro, é impossível não se sentir tomado pela energia das conversas. Belfort capta a essência do "falar e ouvir" com maestria. Cada diálogo é uma mistura louca de tradições e modernidades, onde o urubu-símbolo de resiliência e adaptação-toma forma e se transforma em uma metáfora poderosa sobre a vida e a luta diária. O uso do humor e da ironia transforma o enredo numa alegria contagiante, enquanto nos faz pensar sobre as questões sociais que permanecem ardendo como brasas quentes sob a cinza da indiferença.
Os leitores têm se mostrado dividos, ora rindo às gargalhadas, ora refletindo sobre a profundidade escondida nas tramas. Críticas variam desde "um excelente retrato da nossa cultura" até algumas observações sobre a superficialidade de certos diálogos. Essa dualidade leva-nos a questionar até onde se justifica a objetividade em uma obra que propõe, sem dúvida, proporcionar mais que entretenimento.
O que torna a obra ainda mais fascinante é sua capacidade de dialogar com o tempo presente, espelhando questões que reverberam entre as paredes dos nossos lares e os bancos de bar. O urubu, ave que se alimenta do que muitos desprezam, se torna um símbolo de esperança e renovação. Ele nos empurra a abraçar o que costumamos evitar e a transformar o repúdio em risadas.
Escrito em uma prosa simples, mas rica, Urubu Capenga do Zé da Tonha não é só uma leitura; é uma experiência, um ato de resistência cultural que se entrelaça com a nossa identidade. O livro evoca nostalgia e modernidade com um toque de humor pungente, exigindo que saíamos da zona de conforto e dancemos na roda do conhecimento e da autocrítica.
Ao fim, ficar sem ler essa obra é como perder a oportunidade de uma conversa inusitada em um bar, regada a risadas e sabedoria. Os urubus não só voam, eles falam, e acredite, cada conversa no botequim tem algo especial a ensinar. Não deixe passar essa chance!
📖 URUBU CAPENGA DO ZÉ DA TONHA CONVERSA NO BOTEQUIM
✍ by J Belfort
🧾 57 páginas
2020
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