Vamos falar de racismo
100 perguntas para discutir preconceito e gerar conscientização
Alexandra Loras; Maurício Oliveira
RESENHA

Espera aí, você realmente compreende a profundidade do racismo? Você já parou para pensar ou foi apenas varrido pela maré-mansa da ignorância confortante que nos afoga diariamente? Leia e sinta essas palavras ecoando na espinha: "Vamos falar de racismo: 100 perguntas para discutir preconceito e gerar conscientização", da dupla inquietante, Alexandra Loras e Maurício Oliveira.
Prepare-se para um bate-papo brutal, sem espaço para sutilezas. Imagine abrindo cada página e sendo massacrado por verdades inescapáveis. O livro desfila perguntas ferozes, feitas cuidadosamente para desmantelar as arquiteturas da sua realidade. Questões que esmurrarem seu intelecto e farão você sucumbir, desconfortável, mas DESPERTO.
Alexandra Loras, figura emblemática e ex-consulesa da França em São Paulo, e Maurício Oliveira, jornalista com olhar clínico, costuraram essa narrativa urgente que escancara séculos de abusos, preconceitos e micro-agressões impreguadas em nosso cotidiano. Um trabalho que não prega, não impõe - INTERROGA. E essas interrogações são a catapulta para a autodescoberta, a recalibração da sua bússola moral.
Em suas 100 páginas eletrizantes, você não encontrará respostas mastigadas e prontas. Mas sairá com a plena certeza de que ignorância não é mais opção. Cada pergunta não narrada é um estilhaço de um vidro gigante que há séculos se interpõe entre a igualdade e você.
Is this a safe space? Sorry, nope. É uma arena crua, onde você será confrontado, obrigado a sentir raiva, compaixão, embotamento emocional e um despertar catastrófico. Rasgamos com verdades não ditas, verdades que estão à margem das boas maneiras. Tradicionalismos rasgam as entranhas desse livro. É um convite aberto para a disseminação da empatia, costurada com alfinetes de resistência.
"Vamos falar de racismo" linguisticamente deixa de ser um livro e torna-se um manifesto. Ele germina o combustível do acalorado BLACK LIVES MATTER e invoca fantasmas históricos como apartheid e escravidão, atravessando fronteiras, eras e preconceitos enraizados. Cada exemplo pinçado é uma forma de nos estraçalhar a complacência e exigir ação. Preferências universais para a transcendência humana.
E não me detenho nos louros - há críticas deste caldeirão intelectual audaz. A obra, uma peregrina valente, enfrenta percepções errôneas de "excesso de militância" de leitores desconcertados pela densidade das perguntas quase sádicas. Mas é a simpatia à panaceia do simplismo que nos trai.
Com "Vamos falar de racismo", Loras e Oliveira convidam a lançar-se neste devorador de almas, a dissolver a preguiça intelectual e iluminar as sombras tóxicas de nossa sociedade. Se cada página ressoa como uma bofetada poderosa, será que você conseguiu realmente ficar parado?
Assim, decida se arriscar. Deixe-se ser questionado, desconstruído e reconstruído. Afinal, há única recomendação que eu poderia deixar? Pise em cacos de vidro com a certeza de deslumbramento e dor. Ansiar por conhecer esse abismo cultural de dor transcendentemente. Este livro não é apenas uma leitura. É uma metamorfose.
📖 Vamos falar de racismo: 100 perguntas para discutir preconceito e gerar conscientização
✍ by Alexandra Loras; Maurício Oliveira
🧾 100 páginas
2021
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