Vintém de Cobre
Meias Confissões de Aninha
Cora Coralina
RESENHA

Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha não é apenas uma leitura; é um convite à reflexão sobre a vida e suas nuances. Cora Coralina, com uma sensibilidade de tocar a alma, mergulha em memórias de uma mulher que, entre receitas culinárias e confissões íntimas, revela a complexidade de ser mulher em um mundo que, muitas vezes, não dá ouvidos às suas histórias.
Aninha, a protagonista, é a voz de uma geração que viveu à sombra de sonhos não realizados e expectativas sufocantes. O título já traz em si uma metáfora poderosa: Vintém de Cobre. Essa moeda de pouco valor se torna um símbolo das pequenas vitórias e derrotas da vida. As meias confissões que permeiam a narrativa não são apenas relatos; são gritos de desespero e alívio, uma catarse poética que ecoa em cada página.
Coralina, a bruxa do cotidiano, transforma o trivial em extraordinário. Ao narrar suas experiências, ela tece uma tapeçaria de sentimentos que faz o leitor sentir cada pulso da vida de Aninha. A narrativa é um balé de amor e dor, alegria e tristeza, que ressoa profundamente nas almas mais sensíveis. Você, leitor, não pode escapar da intensidade de suas vivências. É um convívio íntimo com os medos, as paixões e as esperanças de uma mulher que carrega dentro de si o peso e a leveza da existência.
O ambiente rural onde a história se desenrola é mais do que um simples pano de fundo; é uma personagem viva que pulsa junto com Aninha. Os cheiros da terra, as cores do campo e a sonoridade dos pássaros se entrelaçam com as emoções da protagonista, revelando a relação intrínseca entre o ser humano e seu espaço. Tal conexão nos faz refletir sobre o que realmente significa "pertencer".
Críticas e opiniões sobre a obra variam, mas uma coisa é certa: a maioria dos leitores se sente profundamente impactada pela honestidade de Cora Coralina. Alguns destacam a simplicidade lírica da autora como um de seus maiores trunfos; outros notam a falta de ação numa narrativa que, à primeira vista, pode parecer monótona. Mas, minha cara, é exatamente essa "inatividade" que revela a força da observação e a beleza do cotidiano que Coralina propõe. A vida não é feita apenas de grandes eventos, mas de momentos delicados que muitas vezes passam despercebidos.
Cora, nascida em uma época em que a mulher não tinha voz, coloca Aninha em um pedestal; ela se torna um símbolo de resistência e autenticidade. A obra é uma ode à luta diária de tantas mulheres que, em diferentes épocas e lugares, buscam contar suas experiências e mostrar que suas histórias, embora pequenas, são dignas de serem ouvidas.
E aí, leitor? Você pode se permitir viver através da voz de Aninha? Se não, corre o risco de perder uma jornada que desafia o tempo e o espaço, e que promete mudar sua forma de enxergar o que te cerca. Em cada página, Cora Coralina não apenas narra uma vida; ela nos convida a introspecção e à conexão com nossas próprias histórias. Você vai querer mergulhar nessa leitura que, com certeza, deixará marcas profundas em seu coração. 🌟
📖 Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha
✍ by Cora Coralina
🧾 240 páginas
2012
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