Você quer mesmo ser avaliado?

Jacques-Alain Miller

RESENHA

Você quer mesmo ser avaliado? A pergunta que ressoa como um eco perturbador em nossa sociedade, trazida à tona pela mente brilhante de Jacques-Alain Miller. Este pequeno grande livro é uma cápsula de provocações que desafia nossas concepções sobre a avaliação e, por extensão, sobre nós mesmos.

Ao longo de suas 65 páginas, Miller se debruça sobre a essência do ser humano, obrigando-nos a encarar o reflexo da nossa própria avaliação e, mais ainda, a como somos avaliados pelos outros. Ele não é um autor qualquer; é um psicanalista que navega pelas águas turbulentas da subjetividade com a audácia de quem sabe que cada palavra tem o peso de um draga. O que você vê quando se observa no espelho da avaliação? Autenticidade ou máscara?

Em um mundo onde todos lutam pela validação, Você quer mesmo ser avaliado? se transforma em um convite à reflexão e, ao mesmo tempo, um soco no estômago. Afinal, quem não anseia por reconhecimento? Porém, a grande questão que Miller levanta é: até que ponto estamos dispostos a sacrificar nossa verdadeira essência por essa aceitação social? É um tema tão contemporâneo que poderia facilmente ser discutido em qualquer roda de conversa nas redes sociais.

Os leitores reagem a essa obra com uma mistura de encantamento e inquietude. Muitos se sentem desafiados, e não são poucos os que expressam a sensação de um espelho quebrado na cara ao se depararem com suas próprias fraquezas expostas. Outros, por sua vez, consideram as provocações de Miller como uma lufada de ar fresco, um lembrete de que a avaliação não deve ser o nosso norte, mas sim uma ferramenta que usamos com discernimento. O que você decide fazer com isso, como um artista que pinta sua própria tela emocional, é uma escolha profundamente pessoal.

O contexto em que essa obra foi escrita evoca um cenário de crescente pressão social e autoavaliação frenética, características intrínsecas à nossa era digital. Com a ascensão das redes sociais, a busca por likes se transforma em um processo de constante comparação, e é aqui que Miller se torna uma voz crucial. Ele não aplaude a necessidade de aprovação externa, mas instiga cada um de nós a questionar: somos realmente livres para sermos quem somos, ou estamos apenas jogando o jogo da aceitação?

As críticas não tardam a aparecer. Alguns leitores argumentam que a obra pode parecer densa e complexa, enquanto outros acreditam que a clareza das ideias de Miller é superada pela sua profundeza. Desde os mais jovens aos mais experientes, a verdade é que todos encontram um pedaço de si entre as linhas carregadas dessa obra. Alison Miller, uma crítica fervorosa, disse certa vez: "O texto é um convite à coragem, mas exige muito do leitor."💥 É nesse espaço de tensão que ocorre a verdadeira magia do livro.

Cada parágrafo é um convite para mergulhar nas profundezas do que significa ser avaliado. Ele encerra um alerta: não deixe que a avaliação externa destrua sua essência. Com uma prosa incisiva e um olhar afiado, Jacques-Alain Miller se torna um guia nesse labirinto, onde a luz pode ser ofuscante, mas que nos leva a um caminho de autodescoberta.

Ao fechar essa leitura, uma pergunta persiste em seu espírito: você realmente quer ser avaliado, ou está preparado para desafiar as normas que teceram as expectativas alheias? A escolha é sua. 🧗?♂️